sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Complex

Eu não ando lendo muitas coisas ultimamente (traduzir e editar tem tomado muito do meu tempo...), mas vi que alguém upou Complex num site e resolvi reler. Eu tenho um carinho muito grande por esse mangá, porque foi um dos primeiros mangás yaoi que eu li. É uma montanha russa emocional pra mim. Eu rio, eu choro, eu reviro os olhos, eu fico com raiva... Gente, quatro volumes que têm muito a contar!

Primeiramente, o sumário básico de Complex em sites como o Baka Updates não faz justiça à história. A maior parte desses sumários se refere somente ao primeiro capítulo e passa uma idéia muito errada do que o leitor deve esperar ao ler esse mangá. Complex é uma série que, apesar de não ser muito longa, acompanha seus personagens ao longo de suas vidas, começando em sua infância até suas vidas adultas, sendo o último capítulo com os personagens já na velhice. É uma história complexa. Sobre amor, sobre homossexualidade, sobre gênero, sobre aceitação, sobre amizade, sobre família... Uma diversidade de temas são abordados nessa história. 

O sumário pouco explicativo básico dessa história é esse aqui, que eu vou complementar depois: Tatsuya e Junichi são alunos da quinta série que são amigos desde que eles conseguem se lembrar. Tatsuya é um menino alegre e atlético, sendo muito querido pelos colegas. Junichi o admira e gostaria de ser como ele, bem como o tem como um amigo muito querido. Entretanto, na escola que eles estudam, há um professor pedófilo que está interessado em Tatsuya. Ele, com a ajuda de uma outra aluna da escola, Yumi, sequestra Junichi para atrair Tatsuya e poder molestar os meninos. Sim, eu sei o que vocês estão pensando. Esse capítulo realmente assusta, mas felizmente os dois conseguem se livrar do professor. Eles ficam traumatizados pelo incidente, o que é abordado a seguir.

  


Nos próximos capítulos, a história melhora MUITO de nível. Agora, os dois estão no ginasial, no início da puberdade, e sofrendo todas as confusões que essa fase da vida causa. Junichi se sente deixado para trás por Tatsuya, que está crescendo mais rápido que ele e mudando de voz. Em contrapartida, Tatsuya não quer crescer, porque ele considera que são os adultos os que fazem coisas cruéis como o que o professor fez com ele quando criança. Por ter também muita raiva de Yumi, a menina que manipulou os dois no primário, ele fica com raiva de mulheres de uma forma geral e cada vez mais se vê obrigado a confrontar seus sentimentos por Junichi.

Essa parte da história de quando os personagens são adolescentes é muito legal de ler, em função dos conflitos, temores e sentimentos típicos dessa fase da vida. Apesar de coisas trágicas acontecerem, como o acidente que impede que Tatsuya volte a jogar futebol, a amizade e o amor que um tem pelo outro faz com que eles consigam passar por esses momentos. Já quando os dois estão na faculdade, eu diria que eles estão em lua de mel... Porque é a fase mais alegre e divertida do mangá. Os dois estão curtindo as amizades, as aulas e o tempo um com o outro, apesar de as decisões para o futuro estarem pairando a vida deles, conforme eles se aproximam de se tornarem, de fato, adultos - como eles ansiaram a história toda.

Quando eu era uma fujoshi besta de 14 anos e li esse mangá pela primeira vez, eu desgostei muito do rumo que a história tomou. Mas hoje, quase dez anos depois, relendo a história, eu gostei muito do que a autora fez aqui. Foi um grande sofrimento para os personagens? Foi. O romance deles foi interrompido e passou por grandes dificuldades? Sim. Os dois personagens precisaram tomar rumos diferentes e não necessariamente tomaram as decisões certas nesse ponto da história... Mas quem toma decisões 100% corretas o tempo todo? Esse mangá é tão real para mim. As burrices que as pessoas cometem, as coisas que precisam fazer mesmo que não queiram, como destroem as próprias vidas para depois reconstruí-las... Não quero dar spoilers, mais do que já dei, mas essa parte do mangá, para mim, foi a mais difícil de ler - porque é amarga, triste, complicada, sem um resultado em que todo mundo possa ser totalmente feliz -, mas também a que soa muito real. Conforme a história evolui, entretanto, vai se tornando progressivamente mais agradável e doce (os capítulos do ponto de vista do Kenta, uma criança e um dos protagonistas da história em seus dois últimos volumes, são muito legais).

  

Eu diria que esse mangá é uma tentativa de mostrar um amor de uma forma real, enfrentando diversas dificuldades plausíveis e possíveis de acontecer. Essa história não tem heróis nem vilões, somente personagens cheios de qualidades e defeitos. Eu gosto muito de como os personagens mudam, crescem e amadurecem conforme a história progride. A história tem seus momentos tristes, felizes, românticos... E é muito bem balanceado. Se eu tivesse que apontar algo negativo para dizer, eu diria que a arte é algo que incomoda. Como é um mangá de 1996, a arte é antiquada. Eu acho que a história é tão boa que a arte, apesar de seus problemas e inconsistências, se torna tolerável. Vou dar nota "9", porque esse mangá é, com certeza, uma leitura interessante, no mínimo. O final do mangá é lindo (e daí se é clichê? Chorei litros e amei) e o último capítulo é como se fosse um álbum de fotos, mostrando vários momentos da vida de todos os personagens. Os comentários da autora sobre as decisões que ela tomou enquanto escrevia a história também são legais de ler e vários deles explicam e justificam várias reclamações dos fãs.

A tradução em inglês foi feita há milênios pelo Obsession. 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Ame Nochi Hare

Esse mangá foi um que eu estava postergando a leitura, porque eu sabia que ia ser muito bom e que eu ia sofrer esperando capítulos novos... Bem, fiquei dois dias sem internet, então acabei lendo tudo que eu tinha baixado... Inclusive os seis volumes de Ame Nochi Hare que foram traduzidos pro inglês.

A escola Amagai Gakuen é muito prestigiosa e famosa. Ela é uma escola só para meninos, mas ao seu lado há uma escola-irmã só para meninas. No dia da recepção aos novos alunos, cinco meninos do primeiro ano são afetados por um fenômeno estranho durante uma tempestade: todos eles são transformados em meninas. Não demora muito a eles descobrirem que a transformação vai e volta dependendo do clima. Sempre que chove, algumas horas depois eles se transformam em meninas. Quando para de chover, eles voltam a ser meninos. Felizmente, um funcionário da escola que gerencia os dormitórios acredita neles quando eles falam o que ocorreu e os ajuda a esconderem esse segredo. Então, fica organizado que, sempre que chover e eles se transformarem em meninas, eles irão estudar na escola feminina. Essa situação, naturalmente, faz com que os personagens mudem sua forma de pensar e sentir.


Então vamos aos personagens! Yamanoi Hazuki é o protagonista e, de fato, a situação dele é a mais interessante. Ele sempre sofreu por ser a sombra de seu irmão gêmeo, Natsuki, que é mais extrovertido que ele, por isso optou por estudar nessa escola. Ele se apaixona por uma menina da escola feminina, Asumi, e faz amizade com ela, quando está na sua forma feminina. O mais interessante é que o irmão dela, Houjou, que o trata super-mal quando ele é um menino, se apaixona pela forma feminina de Hazuki. Então essa situação é a mais legal e a que eu fico mais curiosa de ver como irá se desenrolar! Como a fujoshi que sou, fico torcendo para que Hazuki fique com o irmão da Asumi, mas estou duvidando que a Bikke fará isso. Kisaragi Touma, outro dos cinco meninos afetados por esse fenômeno, se torna muito amigo de Hazuki, ao ponto que ele começa a se apaixonar por ele também. Então ainda tem mais o Touma para deixar essa história com o Hazuki interessante!

Os outros três meninos estão envolvidos demais em seus próprios problemas, digamos assim, para se envolverem no polígono amoroso. Goromaru Junta é um menino baixinho e afeminado, mas ele é apaixonado por karate e é muito bom nisso! Ele tem uma queda por Sakurako, mas ela é apaixonada por sua melhor amiga, Asumi. Também tem o Maki Yuusuke, que, acho, foi o que mais demorou a se abrir e mostrar o que estava lhe incomodando: ele é apaixonado por uma menina, Ryouko, que todo mundo sempre disse que devia casar com o irmão dele. Apesar de Ryouko gostar de Maki também, ele se sente culpado, porque, além de ficar feliz com o amor dela, ele também sente prazer em "triunfar" sobre seu irmão. Por fim, Sakonji Madoka é o filho de uma calígrafa famosa e é de uma família tradicional, então sua esposa já foi decidida: Azusa, uma menina de 11-12 anos. A maior dificuldade dele é vê-la como algo mais que sua irmãzinha. Apesar de os momentos do Madoka com a Azusa serem um amor, ele, infelizmente, pra mim é a parte menos interessante da história (não que ele não seja legal, porque ele é, mas é que tem várias coisas mais interessantes com os outros personagens, então eu sinto que ele acaba "sobrando").

  

Sério, eu vou chorar porque a tradução ainda não foi concluída... Esse mangá é envolvente demais! Eu fui, inclusive, procurar para baixar em japonês para dar uma espiada, mas o pessoal só disponibiliza o último volume e não o penúltimo! Aí complica!! Ame Nochi Hare é um mangá gender bender feito do jeito certo. Atrocidades como Boku to Kanojo no XXX tentaram fazer algo similar ao que a Bikke faz aqui, mas sem a mesma maestria e sensibilidade. Vou dar nota "10", porque esse é um mangá verdadeiramente excelente.

A tradução é do Girls Generation Scanlations em inglês.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Nijiiro Days

Está para sair em breve um anime de Nijiiro Days, como eu achei as imagens bonitinhas (quatro bishounen! Como não amar?), eu resolvi ir dar uma olhada no mangá e ver se valia a pena... E vale! Muito!! Muito mais que eu imaginei!!!

Esse mangá acompanha as vidas de quatro meninos que são amigos. O primeiro deles é o protagonista, Hashiba Natsuki. Ele levou um fora de sua namorada na noite de Natal e nesse mesmo dia ele encontrou seu novo amor: uma menina vestida de Papai Noel que estava distribuindo panfletos e foi gentil com ele. Natsuki entregou o cachecol, que originalmente era um presente para sua ex, para ela e achou que sua história tinha acabado aí... Mas a menina é uma estudante da mesma escola: Kobayakawa Anna. Então, Natsuki está determinado a conquistá-la... Os seus amigos frequentemente tiram sarro dele e o consideram um menino com um coração de menina, porque ele se empolga muito com romance!

O segundo personagem, por ordem de aparecimento no mangá, é Matsunaga Tomoya. Ele é um menino super popular na escola e que acha muito trabalhoso namorar, então ele se diverte com várias meninas diferentes. Ele tem uma irmã mais nova que ele adora e, recentemente, ele tem se visto interessado pela melhor amiga de Anna, Tsutsui Mari, que é uma grande tsundere, violenta, odeia homens, cospe na cara do Matsun sempre que pode, e diz ser apaixonada pela Anna. Então ele tem uma jornada bem trabalhosa pela frente!

Depois, temos o Katakura Keiichi que é um cara super gentil, doce e amigável... À primeira vista, na verdade, ele é um super-sádico que sempre traz um chicote portátil para a escola. Ele gosta de mulheres mais velhas, que o deixem puní-las e dominá-las. Ele também é irmão de um dos professores e é o alvo do amor da irmãzinha do Matsun, a Nozomi. As histórias do Keiichi são as que mais me fazem rir, porque ele é o personagem mais absurdo dentre todos esses personagens absurdos.

Por fim, o quarto menino é o Naoe Tsuyoshi, um otaku que raramente mostra expressões faciais. Ele já tem uma namorada, Asai Yukiko, que é uma cosplayer. Os dois são um casal muuuito fofo e eu adoro as interações deles entre si e com os outros personagens. O Tsuyopon é o mais sério e menos absurdo dos meninos (apesar de ser o cara que esculpe Gundams de chocolate!), então é muito divertido vê-lo interagindo e zoando com os outros.

  

Eu não sei nem como explicar o quanto eu estou apaixonada por esse mangá!! Além da arte ser linda (as páginas coloridas me fazem babar), os personagens são todos hilários e interessantes, inclusive os personagens secundários (adoro os colegas dele de aula, os meninos do clube de basquete, até o rival do Natsuki é um amor!). Um mérito da autora foi pegar vários clichês que são mandatórios nos mangás escolares (dia dos namorados! Natal! Viagem da escola! Verão na praia!) e sempre conseguir dar um toquezinho inesperado ou diferente. Estou apaixonada, nota "10" e quero maaaais.

A tradução em inglês é feita pelos grupos Chibi Manga e Freewheeling Scanlations.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Beauty Bunny

Eu tinha deixado uma notinha me lembrando de falar desse mangá (e de uns outros shoujo que eu li), mas eu fico um pouco desanimada de escrever sobre Beauty Bunny. Não tenho uma opinião muito formada ainda sobre esse mangá... Ou melhor, a que eu tenho até o momento não é muito boa, então eu tenho esperanças que ainda possa melhorar... Apesar de ser improvável.

Yuzuhara Kohane é uma colegial sem muito interesse por beleza e maquiagem, apesar de (ou, talvez, por causa disso) sua mãe ser uma mulher muito bonita e que compra compulsivamente cosméticos. Quando ela se transfere para uma nova escola, ela fica apreensiva de não conseguir fazer amigos, mas ela logo conhece Maruyama An, que se torna sua nova melhor amiga, e Yuge Otohiko, um colega muito gentil e bonito. Porém, nem tudo é tão maravilhoso assim: outro colega bonito e popular, Yashima Iori, chama Kohane de feia sempre que pode.

Um dia, sua mãe é demitida do emprego e Kohane decide implorar ao empregador dela para aceitá-la de novo na empresa. Lá, o ex-chefe de sua mãe diz que ela é feia e nem dá bola pra ela. Mas nesse lugar ela também conhece Himiko, uma modelo famosa, que é irmã de Iori. Himiko chama Iori, que faz um make-over em Kohane e a deixa muito bonita. Isso faz com que o chefe da mãe dela se derreta e a admita de volta no trabalho... Porque, vocês sabem, né, ser bonita resolve todos os problemas que uma mulher possa ter (/sarcasmo). E é basicamente isso que esse mangá nos diz em seu primeiro capítulo. Bem, Kohane logo escuta um boado perturbador: Iori tem suas "coelhinhas" que são meninas que trocam favores sexuais para que ele as deixe bonitas. Kohane fica morrendo de medo de quando Iori virá cobrar a dívida que ela tem com ele... Aí que fica confuso: no início, parece que isso é só um boato e que o Iori está tirando com a cara da Kohane, mas em seguida vemos ele beijando uma mulher desconhecida e discutindo sobre suas coelhinhas com Otohiko. Não sei o que a autora pretende com isso...

Também logo descobrimos que Himiko, a irmã de Iori, na verdade é o próprio Iori travestido. Como sua irmã sofreu um acidente, ele assume a identidade dela e segue seu trabalho de modelo. O que ainda não foi muito explicado. Eu achei que a grande questão da história ia ser aí: Kohane adora Himiko e faz amizade com ela, mas ela morre de medo de Iori, então Iori usaria Himiko para se aproximar de Kohane... Só que... Não... Na verdade, a Kohane descobre que Himiko = Iori super-rápido.

  

O ponto mais legal desse mangá é a relação de amizade/competição/triângulo amoroso entre Otohiko, Iori e Kohane. É bonitinho. Os três têm vários momentos fofos juntos, mas também super clichês. E, na verdade, esse triângulo se resolve (aparentemente) super-rápido. Eu não sei o que a autora pretende com esse mangá... E isso, nesse caso, não é algo muito bom. Ela pega vários clichês dos mangás shoujo (menino se veste de menina! Menina faz amizade com identidade secreta do menino! Menina nova na escola faz amizade com bonitões! Menino ajuda a menina e demanda favores sexuais como pagamento! Triângulos amorosos! Etc!!) e parece que não sabe o que fazer com eles, ou não quer fazer algo óbvio com eles, mas acaba não fazendo absolutamente nada com nada. Esse mangá me deixou mais confusa do que qualquer outra coisa! Ainda não sei se vou continuar lendo pra ver se melhora ou não. Vou dar nota "6", pelo simples fato de, pelo menos, a autora estar tentando fazer coisas diferentes e inesperadas.

Os dois primeiros capítulos estão disponíveis em inglês pelo Paperdolls Project, mas há mais capítulos disponíveis em espanhol, com tradução do grupo Soul Craft Fansub.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Oneshot: Tosaku no Honey

Essa oneshot, Tosako no Honey, na verdade, é a continuação de uma oneshot previamente lançada pela autora, mas como ninguém traduziu a primeira e não parece haver planos pra isso, resolvi comentar rapidinho a história! Dá pra ler essa oneshot tranquilamente sem ter lido a primeira.

Yukimura sempre foi um imã de pervertidos e usa essa sua habilidade (?!) para derrotar pervertidos e mandá-los para a polícia. Entretanto, seu parceiro nessas atividades é Mido-kun, seu colega de aula, que é um SUPER pervertido masoquista! Quando surge um ladrão de roupas de calcinhas na escola, o primeiro suspeito de todos é Mido-kun, mas Yukimura desconfia que estejam armando para ele e deseja provar a inocência (?!) de seu pervertido parceiro.

Essa oneshot foi tão engraçada! Sério, ri muito com essa história. O enredo é estranho, mas foi uma oneshot curtinha e divertida. Gostaria de ler o primeiro capítulo, porque acho que algumas coisas que são referidas na história ficariam mais claras.

  

As ilustrações são tão bonitas... Gostei muito do jeito super bishounen que a autora desenhou o Mido-kun... para depois complementar com ilustrações engraçadas. Acho que é uma oneshot bem divertida e com uma história, pelo menos, diferente do que há por aí! Nota "6".

Tradução em inglês pelo grupo Paperdolls Project. Eles colocam os trabalhos deles no Batoto, então é fácil de achar!

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Iro wo mo Kaori wo mo

Esse é um daqueles mangás que eu esqueço se li ou não, mas sempre acabo baixando. Hoje decidir acabar com essa dúvida e... Não, eu nunca tinha lido esse mangá antes! Foi alarme falso. 

Amano Kaguya é um artesão de incensos que perdeu a visão num acidente, que também tirou a vida de seus pais. Um dia, o dono de um hotel, Igarashi Jin, o procura para pedir que ele faça incensos para seu hotel. Kaguya reconhece em Jin o cheiro de um menino por quem ele se apaixonou há vinte anos e por isso ele acha tão difícil resistir às tentativas de Jin em seduzi-lo. Não demora muito para que Kaguya descubra que Igarashi Jin é filho do homem que seu pai considerava culpado pela falência de sua empresa e, consequentemente, também responsável pela morte dos pais de Kaguya.

Bleeeh. Esse mangá é puro melodrama desnecessário. Ou melhor, até podia ser um drama interessante, se a autora tivesse desenvolvido o enredo. Além do que, essa história não faz sentido... Por que o Jin demorou tanto para dizer para o Kaguya que ele é, sim, o menino de vinte anos atrás? Ele achou mais certo enganar e confundir um cara cego a simplesmente falar a verdade? E o mestre do Kaguya na questão lá dos incensos? Ele propôs de adotar o Kaguya e queria tê-lo como amante... Como isso ficou? Sério, esse foi um subplot que foi resolvido em três páginas!

O que eu achei mais bonitinho na história foi o relacionamento de Genkai, o monge e auto-intitulado protetor do Kaguya, com o Shima, o ex-namorado e colega de trabalho do Jin. E isso que os dois apareceram em dez páginas, se tanto! Os momentos entre esses dois foram bonitinhos, com o Genkai sendo um seme super carinhoso e o Shima um uke tsundere e relutante.

  

De um modo geral, eu gostei da arte e achei a história até interessante. Pena que a autora resolveu simplesmente não desenvolver a história, então acabou sendo um mangá puro smut. Acho que se for isso que se estiver procurando, um mangá simples, com arte bonita e cujos dramas são resolvidos em segundos, acho que é uma boa leitura. No fim, vou dar nota "6". 

Tradução em inglês foi feita pelo grupo Fantasy Shrine, sendo que o último capítulo foi em colaboração com a comunidade Hiiro Reiichi no livejournal.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Sekaiichi Hatsukoi

Eu vi que o Boys Love Scanlations está fazendo uma enquete de Sekaiichi Hatsukoi versus Junjou Romantica, já que ambos são séries famosas pela mesma autora, Nakamura Shungiku, e volta e meia os fãs debatem qual é a melhor das duas. Eu sempre achei que gostava mais de Junjou Romantica, mas resolvi ler Sekaiichi Hatsukoi (eu só tinha assistido ao anime) para me ajudar a decidir minha resposta para enquete!

Sekaiichi Hatsukoi, assim como Junjou Romantica, se divide em diferentes casais que estão todos mais ou menos relacionados por algum motivo. Onodera Ritsu no Baai é a história principal. Nela, Onodera Ritsu inicia a trabalhar como editor numa companhia. Apesar de ele adorar literatura e ter experiência prévia trabalhando com literatura, ele é colocado na divisão de mangá shoujo da companhia, a revista Emerald. Lá seu chefe é Takano Masamune, um cara excêntrico, mas muito competente. Não demora muito para Ritsu descobrir que Takano antes tinha como sobrenome Saga e que foi seu primeiro amor nos tempos de escola. Takano está determinado a fazer Ritsu se apaixonar por ele de novo, pois o relacionamento dos dois acabou em função de um mal entendido.

Apesar da história deles ser mais interessante e um pouco mais movimentada, os dois são realmente o equivalente do Misaki e do Akihito: super-ultra-mega enrolados. Ritsu é um grande tsundere, então ele, apesar de desde o primeiro capítulo demonstrar estar apaixonado pelo Takano, demora para caramba para começar a entender seus sentimentos. Aceitar seus próprios sentimentos e agir como um adulto e colocá-los para fora, entretanto, são outros quinhentos. E a história segue se enrolando! Eu gosto muito de quando a autora inclui flashbacks dos tempos de escola, porque ajudam a entender melhor o Takano e os seus sentimentos pelo Ritsu, porque o Ritsu tem uma memória extremamente seletiva e pouco confiável no que se refere ao Takano...

  

Também há outro casal na história Kisa Shouta no Baai. Kisa Shouta é colega de Takano e Ritsu na mesma companhia. Ele nunca teve um relacionamento sério na vida, especialmente porque ele só se interessa pela aparência dos caras e fica satisfeito em só ficar com eles uma só noite. Kisa admira o funcionário de uma livraria, Yukina Kou, por causa de seu rosto bonito e personalidade gentil. Por não ter experiência no amor e ter uma auto-estima baixíssima, ele nem consegue acreditar quando Yukina o chama para tomar café e inclusive o beija. A história dos dois é bonitinha, mas acaba sendo atrapalhada pela própria personalidade insegura de Kisa e pela dificuldade que os dois têm em ficar juntos, devido às longas horas de trabalho de Kisa. Muitas resenhas comparam os dois ao casal Junjou Terrorist de Junjou Romantica (Miyagi e Shinobu, ou seja) em função da significativa diferença de idade, mas eu acho que os dois são similares ao estado atual do relacionamento do Nowaki com o Kamijou: estar juntos é um grande desafio para eles, com suas agendas corridas.

De um modo geral, Kisa e Yukina são o meu segundo casal favorito nesse mangá. Ambos são personagens simpáticos e a história deles segue progredindo de um jeito natural, ainda que tenha suas recaídas (por culpa do Kisa e de sua baixa auto-estima...). Porém, na minha cabeça, eles são a versão equivalente de Egoist... e eu prefiro infinitamente o Nowaki e o Kamijou, até porque o relacionamento deles já teve tempo para amadurecer. Por isso, eu acho que Kisa e Yukina, com o tempo, vão ficar ainda mais legais.

  

Eu fiquei confusa em relação ao terceiro casal que eu lembrava vagamente de ter visto no anime... No fim, é apenas que eles são um casal mais prevalente nas novels, como o Yokozawa, com o título Yoshino Chiaki no Baai e que alguns scanlators decidiram não traduzir a história deles em função de algumas temáticas dubcon e noncon (ou seja, sexo não consensual. O que também é uma trope bem prevalente na história do Takano e do Ritsu, diga-se de passagem). Resolvi dar uma olhada para formar minha própria opinião sobre o assunto, mas... No caso, como essa história é contada primariamente na novel, os capítulos em mangá sobre esse casal não têm nada demais: Hatori Yoshiyuki, um editor, é apaixonado desde os tempos de escola por seu amigo Yoshino Chiaki, que trabalha como mangaka. Esses capítulos são curtinhos e falam vagamente da relação dos dois. Pelo que eu vi, as questões mais complicadas desse relacionamento são tratadas na novel e no anime, sendo que eu não li (nem vou ler) a novel e não lembro direito do anime (vou dar uma olhada). Por isso, não tenho uma opinião formada sobre eles, mas, de qualquer forma, a história não me interessou muito.

  

Yokozawa Takafumi no Baai é a melhor história de todas que fazem parte do universo de Sekaiichi Hatsukoi. Eu li as novels e vi o filme. Simplesmente amo o relacionamento do Yokozawa Takafumi com o Kirishima Zen e sua filha fofíssima, a Hiyori. Yokozawa aparece bastante na história do Ritsu, já que ele é amigo do Takano desde a faculdade e acompanhou o quanto ele ficou arrasado por ter terminado com o Ritsu. Além disso, os dois tiveram um relacionamento breve durante a faculdade e Yokozawa segue apaixonado por ele desde então. Ele acaba se relacionando, meio por acaso (e meio por chantagem, com Kirishima Zen, o editor de uma revista na mesma companhia que ele (e os outros personagens) trabalha. O que eu mais gosto na novel é que ela é contada pelo ponto de vista do Yokozawa que, sem dúvida, é o personagem mais interessante de todos. Eu já gostava dele na história do Ritsu (pelo simples fato de ele ser mais interessante que o Ritsu) e com certeza a visão dele fez com que eu me apaixonasse por ele!

Claro, isso não significa que o Kirishima seja menos interessante. Ele é muito legal também, sobretudo pelo papel que ele e sua filhinha têm em ajudar o Yokozawa a seguir em frente e começar a investir em um novo relacionamento. A relação do Yokozawa com a Hiyori também é algo muito legal nessa história. Eu acho engraçado que o Chiaki e o Hatori sejam o casal apelidado de "Domestica", porque, definitivamente, o Yokozawa e o Kirishima têm um ar mais doméstico e caseiro em sua história. Eu confesso que não sou muito fã da Nakamura Shungiku em geral, porque os personagens dela nunca se desenvolvem tanto quanto poderiam e acabam sendo estereótipos... Com exceções. Yokozawa e Kirishima são as exceções aqui.

  

Nossa, esse post ficou gigantesco! Tenho medo de como vai ser se eu resolver escrever sobre Junjou Romantica (o que é improvável, porque eu reli há pouco tempo e vai demorar até eu querer reler). Desculpa pela prolixidade, mas como esse mangá tem histórias diferentes, eu resolvi comentá-las em separado. A nota geral que eu sinto por esse mangá é "8", porque acabou que Yokozawa tem um peso grande pra mim, apesar dos meus problemas com Onodera Ritsu e minha indiferença em relação a Yoshino Chiaki.

A tradução em inglês foi feita pelo September Scanlations, Dangerous Pleasure, It's Daletos e Tears and Rainbow.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Oneshot - Otokonoko ni Toriko

Eu achei perfeito que um comentário sobre essa oneshot disse que "o que um uke tá fazendo num shoujo?". Basicamente resume tudo sobre Otokonoko ni Toriko!!

Yuri é uma menina muito bonita e madura, que sabe lidar com os meninos de forma assertiva e charmosa, chamando à atenção de todos os seus colegas. Especialmente de Taniya, um menino que ela adora provocar, porque ele fica vermelho sempre que ela fala com ele. Ele é um grande tsundere que gostaria muito de monopolizar Yuri, mas não sabe como lidar com seus sentimentos, especialmente porque ele, ao contrário dela, é inexperiente e um pouco infantil.

Que oneshot divertida!! Esse menino até parecia o Mikorin de Gekkan Shoujo Nozaki-kun, de tanto que ele ficava com vergonha por tudo... Parecia mesmo um uke num mangá yaoi. E a Yuri foi uma protagonista muito divertida de acompanhar, especialmente por ela achar graça das reações do Taniya e adorar provocá-lo. Gostaria muito de ler mais mangás com meninas assim, pena que é meio difícil de achar nesse mar de shoujo clichês que tem por aí!

  

Eu reconheço que essa história teve suas falhas... Uma das que as pessoas mais apontam é que não fica muito claro se a Yuri gosto do Taniya ou se simplesmente curte provocar ele... E até é verdade, mas, bem, é uma oneshot. Acho que mesmo que tenha seus problemas, pelo menos a autora ganha pontos por tentar fazer algo diferente e ter um traçado tão bonitinho! Mais pontos ainda por fazer uma protagonista segura de si pra variar! Nota "7".

A tradução em inglês foi feita pelo Chibi Manga.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Fusoku no Renjou

Foi o Faust que me recomendou esse há bastante tempo. Eu finalmente descobri como o grupo que traduz em inglês funciona e consegui baixar os capítulos novos. Mandei pro Faust e ele teve um troço também! Fujiyama Hyouta é uma ótima autora e Fusoku Renjou é um dos melhores mangás dela.

Miyata Kazuomi trabalha como editor numa revista e seu projeto mais recente é conjunto com uma grife de artigos de couro, cujo dono se chama Ikura. A vida profissional de Miyata vai muito bem, mas ele está com dificuldades em sua vida amorosa: ele não consegue esquecer seu antigo namorado e isso faz com que seus relacionamentos atuais não deem certo. Ao sair de um bar, onde foi afogar as mágoas, ele encontra Ikura, descobre que ele é bissexual e acaba revelando para ele que é gay. Isso podia ser apenas um incidente constrangedor, mas o que acaba acontecendo é que Ikura fica muito interessado em Miyata e o convida para sair. 

O mais legal desse mangá, cujo título pode ser traduzido como "Amor Inesperado", é que Miyata e Ikura não tem nada a ver com o outro. Na verdade, Ikura é justo o oposto do tipo de cara que Miyata gosta, mas ele insiste para que Miyata lhe dê uma chance e segue insistindo para que os dois saiam juntos. Nem todos os amores são a primeira vista (nem a segunda, nem a terceira) e o relacionamento de Miyata e Ikura é construído, apesar da relutância de Miyata em aceitar Ikura em sua vida. Eu gosto bastante do contraste da personalidade dos dois e da sensação real que essa história dá. Os personagens conversam como pessoas adultas (o que eles são) e discutem seus problemas, conflitos e sentimentos. 

Esse mangá, na verdade, é relacionado a outro trabalho da autora, Junjou. Mesmo sem ter lido Junjou (eu li, mas faz muuuito tempo), dá para entender perfeitamente a história e quem são os personagens. Na verdade, eu diria que independente da ordem de leitura, é interessante, porque o Miyata aparece com funções bem diferentes em ambas as histórias e isso permite conhecê-lo melhor como personagem. Ver a história com o ponto de vista do Miyata aqui faz as ações dele em Junjou serem mais compreensíveis e possíveis de empatizar (vou ver se releio Junjou logo para comentar aqui também!). 

  

Eu considero, honestamente, o Miyata um dos meus personagens favoritos num mangá yaoi (outro deles é o Shio, desse mangá que o Faust comentou, e outro é de outro mangá da Fujiyama Hyouta), porque ele é um personagem cujas ações fazem todo sentido do mundo. Em certo momento, a minha vontade era dar uma bronca no Ikura por não compreender o Miyata, mas, felizmente, um personagem desse mangá fez isso por mim! Vou dar nota "9", porque esse mangá é quase perfeito para mim.

A tradução em inglês foi feita pelos grupos Harudaki e Fairy Rose.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Shounen Hakaryuudo

Confissão: às vezes eu gosto mais de ler mangás que tenham subtexto BL (ou seja, que pareçam ser shounen ai, sem serem classificados como tal) do que ler yaoi mesmo. Acho que sou meio masoquista! O enredo doido, mas fofinho, de Shounen Hakaryuudo me interessou quando ele foi postado num tópico chamado "shoujo/shounen que pareçam ser yaoi".

No mundo em que se passa a história, existem duas facções com objetivos contrastantes. A primeira delas é um grupo que busca proteger as ninfas dos caçadores, que, por sua vez, constituem o segundo grupo. As ninfas são perseguidas por caçadores porque, reza a lenda, suas asas darão felicidade eterna a quem as possuir. Ren é um caçador de ninfas com aparência feminina que, além de ser bom em combate, não se importa em vender seu corpo por dinheiro. Ciel, por sua vez, é membro do grupo que tenta proteger as ninfas e é um cara simpático, ficando interessado por Ren logo que o conhece, apesar de descobrir que ele é um caçador. Assim, os dois acabam cooperando para achar uma pessoa, a pedido de um médico que os ajudou, e formam uma aliança. 

Não é spoiler dizer isso, porque é revelado no segundo capítulo, mas Ren, na verdade, é uma ninfa e se disfarça como um caçador para procurar Ia, outra ninfa, que traiu a comunidade em que eles viviam e a levou à destruição. Ele esconde esse segredo de todos - especialmente de Ciel - por não conseguir confiar em mais ninguém. Ren e Ciel também encontram uma ninfa criança, Hina, e decidem tomar conta dela e protegê-la. 

Esse mangá pode ser dito como tendo subtexto BL, sobretudo entre Ren e Ciel, e entre outros personagens também, especialmente porque as ninfas têm uma noção diferente de gênero (todas são biologicamente masculinas até atingirem a maturidade, quando passam por metamorfose e se tornam biologicamente femininas. As ninfas também são poligâmicas e chegam a ter quatro parceiros). Na verdade, o ponto mais interessante desse mangá, pra mim, é sobre quem são as ninfas e seus costumes. A aventura dos dois protagonistas, enredo de vigança, momentos bonitinhos... Me fizeram bocejar. Infelizmente, quando a história estava ficando interessante novamente - as motivações de Ia e seu passado começaram a ser explicados - acabaram os capítulos disponíveis traduzidos, pois o grupo que traduzia esse mangá desistiu dele em 2011...

  

Esse mangá é bonitinho, especialmente devido às ilustrações da autora, que são detalhadas e muito bonitas. Mas não é particularmente inovador ou interessante. Eu diria que as coisas são demasiadamente enroladas e sem graça, mas os últimos capítulos disponíveis foram mais interessantes, então tenho expectativas de que esse mangá fique melhor! Vou dar nota "7" por enquanto.

A tradução em inglês foi feita pelo grupo Kawaii Corner. Parece que outro grupo dará continuidade à tradução, então sigo aguardando.