domingo, 31 de agosto de 2014

Usotsuki wa Shinshi no Hajimari

Eu adquiri a edição americana de Usotsuki wa Shinshi no Hajimari há algum tempo e estava esperando chegar para comentar o mangá. Infelizmente, o correio não quis colaborar comigo e nem sinal do meu mangá! Bem, já que eu fui obrigado a piratear esse mangá da Matsuo Marta, vamos agora falar de um mangá que eu quero muito ver no Brasil, mas duvido que seja publicado aqui algum dia.

Basicamente, a história é sobre o estudante de medicina Jonathan Klein que rouba psicotrópicos do hospital universitário e os vende para outros estudantes. Ele é descoberto por seu professor, Paul Thomas Haskins, que concorda em ficar quieto em troca de favores sexuais. Parece típico, né? Mas, então, depois de uma noite juntos, Paul encontra um bilhete lhe desejando boas vindas ao mundo do HIV positivo! Apesar de ser uma mentira de Jonathan, só para dar um susto no professor, colocá-lo em seu lugar e mostrar que não se rende facilmente. 

Uma coisa que me irrita em alguns mangás é que mesmo quando o (a) autor (a) decide escrever um mangá se passando em outro país, os cenários seguem tendo estruturas tipicamente japonesas. Os personagens seguem fazendo reverências para se desculpar, comem arroz no café da manhã, tiram os sapatos para entrar em casa e celebram o Ano Novo indo a um templo. Em outras palavras, o cenário acaba não fazendo diferença, porque os personagens continuam sendo e agindo como se pertencessem à cultura japonesa. Claro, nem todos os autores são descuidados assim. Temos ótimos mangás shounen (Vinland Saga e Historie são os primeiros que me vêm à mente) que retratam bem a realidade que o autor resolveu retratar. Infelizmente, muitas autoras do yaoi investem no moe e na sensualidade, esquecendo de fazer algo realmente bom. O cenário, muitas vezes, é só uma desculpa para mais moe e a história e personagens não podiam ser mais genéricos. Felizmente, Usotsuki wa Shinshi no Hajimari é um excelente mangá e escrito por uma autora que fez o dever de casa.

  

A autora usa termos como WASP (aquele acrônimo que significa branco, anglo-saxão e protestante, ou seja, alguém da alta classe norte-americana), fala de drogas reais que realmente são utilizadas inadequadamente por estudantes (retratando um problema legítimo), aborda a temática da AIDS, também sobre a dificuldade em se assumir homossexual em uma sociedade preconceituosa, ilustra mapas explicando a localização dos personagens, comenta sobre bandas (inclusive em uma cena o Paul canta um trecho de uma música da Lady Gaga! Hilário!)... Gente, ela sabe sobre o cenário que está retratando. O mangá se passa na Nova Inglaterra e você realmente tem a sensação de estar lendo uma história se passando nesse estado. Esse mangá dá uma sensação extremamente realista, com personagens muito humanos. 

Nenhum dos dois é perfeito. Paul é casado, tem uma filha, e decidiu que levará para o túmulo o segredo de ser gay. Sua grande razão para tal é que seu irmão mais velho, David, foi expulso de casa quando saiu do armário quando Paul era adolescente. Para ele, isso não é uma opção. Vamos conhecendo mais sobre o passado e a vida pessoal de Paul ao longo da história, sendo que seus envolvimentos amorosos fracassados, sendo um com um colega de escola e outro com um colega de profissão (essa história sobre ele e Daniel foi de partir o coração), também ajudam a deixar esse personagem mais humano. Tanto a esposa quanto a filha de Paul são uns amores. Muitos mangás yaoi retratam as personagens femininas como bruxas maquiavélicas que impedem os dois menininhos de ficarem juntos. Esse não. Temos pena de Judy por ser traída, assim como temos pena de Paul por sofrer escondendo algo tão importante sobre si, e também temos pena de Jonathan, que reluta em se envolver amorosamente com Paul, por saber que não pode esperar muito dele. Jonathan é um personagem interessante também: teimoso, desonesto e cada vez se pegando mais apaixonado por Paul, algo que ele sabe que será em vão.

O motivo que eu gostaria de ver esse mangá no Brasil é simples: esse é um mangá adulto. Temos personagens adultos, complexos e multidimensionais; uma história interessante que aborda temáticas atuais e problemas muito reais e presentes na vida de muitas pessoas. Eu acho que Seven Days teria um apelo amplo, por ser um mangá bonitinho, singelo e muito bem escrito. Por outro lado, acho que Usotsuki wa Shinshi no Hajimari seria legal de ver lançado em terras nacionais por não haver outro mangá como esse disponível.


Na verdade, só por ter dado o nome de Levi Strauss para um restaurante, essa autora já me ganhou. E ela também me ganhou com os personagens bem escritos e com a história interessante. Espero que ela planeje não só continuar publicando, mas também lance capítulos mais frequentemente! Eu quero mais! A arte, eu diria, é uma questão de se acostumar... Eu acho bonita e muito expressiva. Vou dar nota "10", com estrelinhas.

A tradução em inglês foi feita pelo Moon In A Box para o primeiro volume. Depois, o mangá foi licenciado e publicado em inglês pela Juné, com o título Lies are a gentleman's manners

sábado, 30 de agosto de 2014

Hana to Usagi

Ok, talvez esse esteja próximo do mangá de ontem, por também ser um mangá yaoi com personagens usando fantasias de bichinhos fofos. Só que eu não resisto: Hana to Usagi é absurdamente fofo. Não conheço a autora, Kashima Chiaki, mas vou cuidar, com certeza, os próximos trabalhos dela!

Kajiyama Ryouta começa a trabalhar em um serviço de entregas e, no seu primeiro dia, vai entregar um pacote para um cliente regular, Aizawa Mamoru-san. Quando a porta do apartamento 411 se abre, ele dá de cara com um cara super-alto usando uma máscara de coelho. Ele já é conhecido por três coisas: por receber e enviar pacotes muito frequentemente, falar quase nada e por usar sempre a tal máscara de coelho. Ryouta não consegue evitar, mas começa a se perguntar o porquê de ele fazer isso. Ele é um criminoso? É um pervertido fetichista? Entretanto, em um dia, Aizawa-san além de falar mais do que o normal, se mostra muito gentil com Ryouta, só aumentando a curiosidade.

Eventualmente, Ryouta acaba descobrindo o verdadeiro rosto de Aizawa-san acidentalmente, sua profissão com artesanato com pétalas de flores (por isso, as entregas), e o motivo para a máscara de coelho... Que é simplesmente um caso de timidez extrema. Aizawa fica com vergonha ao lidar com outras pessoas, só conseguindo relaxar com a máscara. Como ele é um recluso e as entregas são o pouco contato que ele tem, não demora até ele e Ryouta se aproximarem... E Aizawa admitir seus sentimentos. 

O relacionamento dos dois mesmo depois da confissão de sentimentos um pelo outro é complicado, em função da grande timidez de Aizawa. Gente, esse mangá é tão bonitinho que eu nem tenho como emitir opiniões coerentes a respeito dele! Apenas recomendo a leitura, porque é muito fofo. 

  

Há duas oneshots também, mas ainda não foram traduzidas, então não posso comentar sobre. Parecem muito interessantes (e engraçadas) também, diga-se de passagem. Esse mangá é uma leitura leve, fofa e divertida. Vou dar nota "8", porque eu realmente gostei. Encerro por aqui, já que eu não tenho mais o que falar, sem ficar repetindo "bonitinho", "adorável" e "fofo".

A tradução em inglês é do Moi-xRyu Scanlations. Já em português, a tradução é do BL Scanlations.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Kigurumi Planet

Faust já está ficando sem idéias de que mangás comentar e resolveu apelar: Kigurumi Planet, um mangá que está traduzindo atualmente. Logo, é fácil de comentar, porque estou familiarizado com essa história de "cabo a rabo". Em compensação, a exposição em demasia me faz enjoar da história e pode ser que eu seja chato demais. Bem, vamos ver o que a Mamahara Ellie tem para nós!

Narumi Daisuke é um universitário que trabalha com um professor de Arqueologia que acredita que existe um reino subterrâneo na montanha atrás da universidade. Esquisito? Não o suficiente: Daisuke acaba encontrando uma pessoa fantasiada de coelho cor-de-rosa na rua, comprando o mesmo jogo que ele queria. E mais! O tal coelho que é parte de um show infantil, cujo nome é Arita, se apaixona a primeira vista por Daisuke. Não acabamos ainda: e Arita ainda anuncia que é um habitante do reino subterrâneo que está pesquisando a superfície (utilizando o show infantil como disfarce) e que a fantasia de coelho é um traje que lhe permite visitar a superfície, pois se ele o tirar irá morrer. 

Esquisito? Muito! Mas não dá para dizer que não é criativo. Olha, eu fiquei de cara um bom tempo com essa história... Essas autoras de mangá se superam, né? Para completar, esse mangá é uma overdose de fofura, cheio de coelhinhos e cachorrinhos de pelúcia pelas páginas. Sabe o mais incrível? O enredo é interessante!

Agentes do governo se interessam pela pesquisa do professor, querendo descobrir que os tais habitantes do subterrâneo existem mesmo e qual os recursos energéticos que eles usam para sobreviver no subterrâneo. Isso coloca em ameaça tanto a sobrevivência dessa civilização subterrânea, quanto o relacionamento de Daisuke e Arita. Os personagens secundários desse mangá também são legais, sendo que eu gostaria de ver um spin-off sobre o Indy, mesmo que fosse josei ou algo assim. 

  

Algo que me incomodou um pouco foi a mudança de personalidade que o Arita tem quando está usando o traje de coelhinho e quando é ele mesmo. Achei meio bobo, mas ele é adorável de qualquer jeito! Eu não sou muito fã da arte (para variar), especialmente porque os kigurumis contrastam demais com o modo que os demais personagens são desenhados. Vou dar nota "7" mais pela fofura do que por qualquer outra coisa!

A tradução em inglês foi feita pelo Dangerous Pleasure. Já em português, está sendo feita pelo BL Scanlations.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Sayonara, Itoshi no My Friend

Há algum tempo eu comentei outro mangá da Enzou, sem me dar conta que era relacionado com Sayonara, Itoshi no My Friend. Ou melhor, até me dei conta, mas não percebi que era tão intimamente ligado e que na verdade tinha sido incluído como parte do segundo volume desse mangá.

Tatsuo trabalha como maquiador para um fotógrafo de moda. Ele é bem querido por todos e visto como um "cara legal". Em contrapartida, o novo cabeleireiro, Haga Hajime, é muito popular por ser bonito, mas também é visto como alguém frio, anti-social e inexpressivo. Um dia, Tatsuo vê uma das modelos chorando em função de Hajime e resolve confrontá-lo. Assim, ele percebe que Hajime não sabe como lidar com as outras pessoas e que nunca teve nem um único amigo. Tatsuo fica determinado a mudar isso.

Tanto o Tatsuo como o Hajime são personagens legais, cada um ao seu modo. É fácil de gostar do Tatsuo desde a primeira página, porque ele, simplesmente, é um cara muito legal e simpático. Já o Hajime é um tipo de personagem pelo qual eu tenho um fraco (vejam o post sobre Koitomo!? também). Foi legal o modo gradual e progressivo que o relacionamento deles se desenvolveu de "estranhos" para "amigos" para "apaixonados". Conforme o relacionamento avança, também, o Hajime vai desenvolvendo mais e mais emoções, o que é uma graça, porque essa autora sabe muito bem ilustrar expressões faciais

Nos capítulos finais, continua a história que eu comentei o primeiro capítulo, Moshi Koi da Toshite, que fala sobre o irmão mais velho de Hajime, Makoto, e seu subordinado, Mizusawa. Na história principal, Hajime comenta sobre seu irmão, que o odiava por roubar todas as atenções dos pais, e nessa podemos ver o tal irmão e a forma como esse relacionamento com os pais e o irmão na infância faz com que mesmo na vida adulta ele seja inseguro sobre si mesmo (vou desligar o modo psicologão agora). 

  

Gostei bastante desse mangá. A arte é bonita e os personagens, tanto da história principal quanto da side-story, são bem interessantes. O ritmo de ambas é perfeito: nem apressado demais, nem lento demais. Vou dar nota "9" e é mais um mangá que eu recomendo a leitura. 

A tradução em inglês foi feita pelo Girls' Generation Scanlations

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Udagawachou de Mattete yo.

Muita gente reclama da arte da hideyoshico, mas acho que é uma questão de se acostumar... Acima de tudo, para mim, as histórias dela são muito boas. Udagawachou de Mattete yo. é uma das minhas favoritas.

Enquanto caminha pela rua, Momose acaba vendo um colega vestido como mulher. Ele fica confuso pelo que viu, passando a observar cada movimento de seu colega e imaginando diversos motivos para o que viu. Yashiro é, aparentemente, um cara como qualquer outro, sendo, ao contrário de Momose, bastante popular e cheio de amigos. A questão é que ele se traveste e vai para esse bairro movimentado. Momose o confronta e pede para que ele saia consigo.

O romance desses dois é conturbado e, na falta de uma palavra melhor, esquisito. Além de terem de lidar com os sentimentos que sentem um pelo outro, também precisam lidar consigo mesmos, digamos assim. Yashiro por ter esse fetiche que ele não gostaria de ter, mas não consegue ficar sem. Momose por se ver fascinado por Yashiro, querendo vê-lo mais e mais com roupas femininas.

Vi gente comentando que esse mangá não é yaoi. Trocentos mangás yaoi tem como temática o crossdressing e ninguém duvida que sejam yaoi. A grande questão desse é o quão adulto, sério e real Udagawachou de Mattete yo é. Acho que isso que incomoda. Aqui, o fato de um dos personagens se vestir com roupas femininas não é um artificio que a autora usa levianamente para o seme ver o quanto o uke dele é fofo. Não. Aqui, o crossdressing é algo que Yashiro ama e odeia, mas que faz parte dele. Muito interessante a forma que a hideyoshico trabalhou essa questão.

   

Eu gostei bastante das capas dos capítulos, em que a hideyoshico ilustrou o Yashiro vestido num estilo genderfuck (joguem no Google; é interessante). Em termos de construção dos personagens, o mangá é bem interessante... Só que eu acho que não é todo o leitor que vai se interessar pela história. Vi comentários de gente dizendo que gostar desse mangá quando o leu pela segunda ou terceira vez. Vou dar nota "9', porque é uma temática interessante e que foi muito bem executada.

Tradução em inglês foi feita pelo acme, é claro.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Caramel

Sinto que algum tipo de divindade do yaoi irá me jogar um raio depois dessa, mas eu preciso confessar: não gostei de Caramel. Li várias resenhas elogiando muito este trabalho de Okuyama Puku e o comprei assim que foi lançado em inglês... Mas não gostei.

Kobayashi Iori vai se mudar para Tóquio, em função da universidade, e precisa de um lugar para ficar. Ele encontra um anúncio oferecendo um quarto de graça, em troca de fazer o serviço doméstico e cozinhar. Como Iori é bom nessas coisas, por ajudar sua mãe a cuidar dos irmãos mais novos, ele acaba topando. Chegando lá, ele dá de cara com Toudou Roku, um cara mais velho, estranho, grosseiro e mandão. Ele é um empresário rico, mas completamente inútil em cuidar de si mesmo, por isso o anúncio, e tem dificuldades em dormir de noite, a não ser bem abraçado em Iori... Por mais que Roku seja uma pessoa difícil, Iori não consegue abandoná-lo, ao vê-lo feliz e relaxado ao comer sua comida e dormir em seus braços. 

Eu já vi histórias assim antes (e, vamos admitir, é um enredo bem genérico! Tem diversos mangás shoujo, shounen e yaou com enredos parecidíssimos), a questão é que é a Okuyama Puku que está fazendo a história. Como tal, a arte bonitinha e o humor ajudam a tornar a história mais divertida. Iori é adorável, cuidadoso, inocente e feliz. Roku é mal-humorado, egocêntrico e possui um lado infantil oculto em sua personalidade. Outros milhões de mangás usam e abusam de personagens exatamente assim. Talvez isso tenha me irritado tanto: Iori é o típico uke que se vê por aí (apesar de ele, graças aos céus, não ser um chorão) e o Roku é o típico seme (apesar de ele ser menos babaca e sádico do que a maioria). São extremamente típicos, mas com algumas pitadas de diversificação da Okuyama Puku, o que os deixa menos irritantes (ou, talvez, mais interessantes).

A história é uma leitura leve. Nada de drama exagerado, nenhum grande evento. Esses dias eu estava reclamando sobre um shoujo (verão em setembro qual é) que parecia prometer ser uma história tranquila, sem grandes reviravoltas, e acabou enlouquecendo lá pela metade. Caramel é bobinho e tranquilo do início ao fim. É o tipo de leitura que eu queria achar... Só que eu não gostei. 

  
  
No geral, esse é um mangá tranquilo e bonitinho, com níveis baixos de drama e um enredo típico. É uma leitura agradável, para quem quer ler uma história relaxante, sem muitas surpresas ou profundidade. A arte da Okuyama Puku é bonitinha, simples e cheia de chibi, com reações exageradas e sempre com um pézinho na comédia. Esse foi o primeiro mangá da autora com cenas mais explícitas e posso afirmar que ela não decepcionou nesse quesito. Infelizmente, não consigo dar mais do que nota "6" para esse mangá.

Eu comprei a versão que a Juné lançou em inglês. 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Oneshot: Ore no Mono ni Nareba Ii

A arte da Chidori Peko é muito linda. A primeira vez que eu vi nos doujinshi de Katekyo Hitman Reborn! que ela publicou, e essa oneshot foi o primeiro trabalho original dela que eu achei. Agora, além de Ore no Mono ni Nareba Ii há vários outros trabalhos dela traduzidos em inglês e, acredito, em outras línguas por aí. Ainda bem!

Matsudaira Touya trabalha em uma loja de chocolates, mas ele tem dificuldades em se relacionar com seu veterano, Natsuki Aoi. Aoi é muito talentoso, ao contrário de Touya, e extremamente exigente com tudo. Isso faz com que Touya esteja determinado a superá-lo, bem como acredite que Aoi não goste dele, pois está sempre recebendo broncas. Entretanto, um dia Aoi faz questão de deixar claro que esse não é o caso: além de dizer que gosta de Touya, ele o beija.

Apesar disso, a atitude de Aoi não muda nem um pouco no trabalho e Touya segue sendo xingado e repreendido... Só que quando eles saem da loja de chocolates, Aoi demonstra seu lado bonitinho. Acho engraçado que o Touya diz que o Aoi é "tão doce ao ponto de dar cáries", apesar de "ser muito difícil". Essa oneshot é uma gracinha!

  

Leitura simples, rápida, leve e bonitinha... Com essa arte linda da Chidori Peko, tudo fica mais agradável de ler, com certeza! Como se pode perceber, não é o enredo mais original do mundo (cara aleatório plus tsundere! Está tão comum hoje em dia!), mas é uma história divertida de se ler. Nota "7", então.

As páginas aqui fui eu quem traduziu e editou, porque essa oneshot era um projetinho pessoal meu. Hoshi Kuzuu foi mais rápida (o) que eu e lançou em inglês. 
Edit: Após eu escrever esse post, descobri que essa oneshot foi publicada em um volume homônimo no ano passado, junto de outras oneshots. 

domingo, 24 de agosto de 2014

Mizu no Haru

Eu li uma resenha sobre esse mangá que dizia que "de vez em quando, quando você mergulha nas profundezas do BL, você acha uma gema escondida". Foi exatamente essa a sensação que eu tive na primeira vez que li Mizu no Haru. Um mangá desconhecido, de uma autora nova e desconhecida (Kurosawa Kaname), feito por um scanlator novo na época... Foi um achado!

Na escola, há o boato de que Shinomiya Yoshino é gay. Ninguém sabe se é verdade ou não, e ele é um cara popular. Já Sunohara Sumi é um aluno quieto, que evita se relacionar com Shinomiya, tanto por não querer chamar atenção (já que Shinomiya é famoso) e por temer que ele possa descobrir um segredo seu. Entretanto, num belo dia, Shinomiya resolve falar com Sunohara, que o insulta e tenta espantá-lo. Isso não detém Shinomiya, que admite que realmente é gay e que está apaixonado por ele. 

Sunohara, nos primeiros capítulos da história, faz de tudo para esconder esse seu segredo, inclusive contando uma baita mentira para Shinomiya... O que ele tanto temia que fosse descoberto é que seu pai é gay e que seu namorado mora com ele e com Sunohara. O desenrolar da história é muito bonito e delicado: Sunohara e Shinomiya acabam se tornando grandes amigos e, eventualmente, algo mais. O capítulo final da história é sobre os dois já universitários e morando juntos. O ritmo do mangá é perfeito, e a história é bonitinha e doce. 

Um surpresa muito agradável foi que dois capítulos desse mangá são sobre os "dois pais" do Sunohara. Yuuki Motoi era o editor de Sunohara Izumi, um escritor. Apesar de os dois terem sentimentos um pelo outro, foi difícil até conseguirem admitir isso, em função da falecida esposa de Izumi, que segue com um lugar especial tanto no coração do pai como do filho. Foi perfeito como a autora conseguiu "amarrar" todas as pontas dessa história. Tudo fez sentido; tudo foi agradável. 

  

Esse mangá é tão bonito visualmente e tão bem escrito que eu jamais teria imaginado que era o primeiro trabalho da autora. Esse mangá está no mesmo patamar que Seven Days, Slow Starter e qualquer um desses outros shounen ai famosos. Eu não tenho nenhuma crítica a esse mangá, apesar de que acredito que talvez alguns leitores possam achar meio lento ou achar que é "leve" demais (uns beijos, uns abraços... Nada muito além disso). Vou dar nota "10", porque esse foi mais um daqueles mangás que me deixou feliz após terminar a leitura.

A tradução em inglês foi feita pelo acme

sábado, 23 de agosto de 2014

Sky Link

Em geral, quando eu compro um mangá, eu o devoro assim que chega em casa. Entretanto, eu larguei Sky Link dentro do envelope mesmo e esqueci que tinha comprado. Procurando algo pra ler, acabei achando esse trabalho de Yamada Shiro, que é o primeiro trabalho da autora, mas já foi muito elogiado.

A história que dá título ao mangá fala sobre Bon Ritsuki, um estudante universitário sem muita motivação ou interesse. Ele está cursando as mesmas disciplinas que seu amigo, Take, e faz o mínimo necessário para passar. Um dia, ele esbarra em um cara estranho, que declara que Ritsuki é "bem do seu tipo", e acaba descobrindo que ele será seu professor em uma das disciplinas que está cursando, Takagi Shintaro. Apesar das personalidades dos dois serem bem diferentes e de Ritsuki se irritar bastante com o jeito de Takagi, os dois acabam se aproximando. Takagi acaba dando a Ritsuki motivação para resolver seus problemas com Hasegawa (um delinquente que o persegue... Por algum motivo que a autora resolveu não explicar) e desperta nele o interesse pela fotografia.

Na história seguinte, You Through a Kaleidoscope, temos um grupo de amigos que praticam kendô juntos, sendo que são dois pares de amigos de infância: Kazu e Yuki; Ryohei e Yuri. Os dois primeiros são nossos protagonistas. Kazu gosta de coisas que sejam brilhosas, como livros infantis, neve e caleidoscópios, deseja ser um escritor e não pretende seguir com a loja de kimonos de sua família. Yuki é filho de um japonês e de uma inglesa, adora coisas tradicionalmente japonesas e irá voltar para a Inglaterra, querendo que seus últimos meses no Japão sejam significativos. Por isso, ele está determinado a convencer Kazu a seguir com a loja de sua família. Yuki sempre foi vítima de bullying por sua aparência e Kazu o ajudava, assim os dois têm um relacionamento muito próximo, com sentimentos que vão além da amizade, como é percebido por Ryohei. Apesar de também estar interessado por Yuki, é Ryohei que acaba movimentando as coisas e fazendo com que os dois amigos de infância consigam admitir seus sentimentos um pelo outro.

Ufa!!! Que texto gigante e só para explicar os enredos! Ambas as histórias que compõem esse mangá são complexas e cheias de nuances, ao ponto de que eu senti que se resumisse demais não estaria fazendo jus às histórias. Por um lado, é legal ver um mangá tão complexo e que aborde tantas questões. Por outro lado, ambas as histórias me pareceram curtas demais para que a autora quisesse colocar tantas questões em cada uma delas.

  

Não que seja um problema! Um mangá denso é legal para variar, com personagens tão multifacetados como esses. A autora escreveu que, na primeira história, queria escrever um tsundere e, para isso, criou Ritsuki, mas ela acaba indo além e tornando seus personagens bastante humanos. Em termos de enredo, não há muito acontecendo nas histórias: o que importa são os personagens, seus relacionamentos e seus sentimentos. A arte é muito bonita, sobretudo os cenários. Vou dar nota "8" e acho que é um excelente mangá, especialmente levando em consideração que a autora era uma novata quando o escreveu.

A tradução em inglês foi feita pelo Bliss, até esse mangá ser licenciado e publicado pela Juné

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Blue Sky Complex

A Ichikawa Kei está se tornando uma das minhas autoras favoritas atualmente! É que os trabalhos dela são tão, tão bons! Acho que Blue Sky Complex é a série mais recente dela, com poucos capítulos publicados, e é muito boa!

A primeira impressão de Narasaki Motochika, um excelente aluno, em relação a Terashima Natsuki, um notório delinquente da escola, foi "eu acho que não me daria bem com esse cara". Um professor, entretanto, convence Narasaki a ficar de recepcionista na biblioteca até as férias começarem e sua principal função é supervisionar Terashima que também estará lá. Para a surpresa dele, os dias são quietos, com Terashima lendo em silêncio o tempo todo. Isso faz com que Narasaki se interesse mais pelo outro e os livros que ele lê. Poucas conversas acabam se tornando mais longas e os dois até estudam juntos. 

Com a chegada das férias, Narasaki sente falta dos dias quietos na biblioteca. Casualmente, ele se encontra com Terashima e fica surpreso por ser repentinamente beijado por ele. O leitor tem acesso, então, a capítulos na perspectiva de Natsuki, em que ficamos sabendo que já há algum tempo ele percebeu que é homossexual e que está interessado por Narasaki. 

Ela é uma dessas autoras que é difícil apontar para um aspecto específico da história e dizer que gostei. Eu gostei do conjunto da história, da atmosfera que ela criou, dos dois personagens e o modo que eles interagem. Com poucas palavras e ações, ela compõe cenas bonitas e sensíveis.

  

Eu cada vez gosto mais da arte dessa autora. É muito legal ver o quanto ela evoluiu desde os doujins de Gintama! A arte dela é muito agradável e expressiva, conseguindo ilustrar dois personagens tão diferentes um do outro. Eu estou muito curioso para ver como essa história vai se desenvolver, porque a cada capítulo a história fica melhor (e esse último que traduziram acabou com um cliff-hanger que está me matando!!!). Vou dar nota "9" e recomendo aos que gostaram de trabalhos como Seven Days e Slow Starter

A tradução em inglês é feita pelo Moi-xRyu.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Sannin Gurashi

Apesar de esse ter sido o único mangá da Hirakita Yuya que eu li, sou muito interessado nos outros trabalhos dela. As capas coloridas, bonitinhas e cheias de personagens felizes me fazem querer muito ler a história. Sannin Gurashi, é claro, tem uma das capas mais bonitinhas que eu já vi.

Dois irmãos, Atsunari e Kouji, estão vivendo sozinhos. Sua mãe os abandonou e seu pai era um cara abusivo. Por isso, Atsunari, o irmão mais velho, trabalha e estuda na universidade para sustentar seu irmão mais novo. Um dia, Atsunari anuncia que seu namorado, Haruki, irá viver com eles também. Haruki tinha um ótimo relacionamento com seus pais e irmão, mas após revelar que é gay foi rejeitado por sua família. Assim, esses três vivem juntos e encontram felicidade na companhia um do outro.

Quatro anos se passam, com Kouji agora no ensino médio e trabalhando também numa lanchonete. Lá, ele reencontra um amigo de infância, Kyouichi, que é apaixonado por ele e fica interessado romanticamente por um cliente. Apesar do passado difícil dos personagens, a história tem uma narrativa otimista e alegre. Nunca há drama demais e o humor também não é exagerado. Tudo está na medida certa.

Também há uma oneshot, Pinky Promise, nesse mangá. A oneshot fala sobre Yoshida, um professor do jardim de infância e o irmão mais velho, Akio, de uma aluna sua. Yoshida terminou um relacionamento recentemente, com seu namorado lhe dizendo que só pode levar a sério um relacionamento com uma mulher. Akio termina com sua namorada, uma cena que é presenciada por Yoshida, e os dois trocam um olhar que lhes faz se apaixonarem a primeira vista. Akio pede que Yoshida lhe console (desse jeitinho de mangá yaoi) e deseja ter um relacionamento com ele, mas Yoshida não está pronto para isso, especialmente por ter medo de ser abandonado novamente. Achei que essa história é boa, mas poderia ter sido melhor desenvolvida e destoou demais da história principal, por ter esse tom mais sóbrio e triste. Não gostei dessa história encerrar um mangá tão feliz e positivo com esse gosto amargo.

  

A arte é muito agradável, mas poderia ser um pouco mais detalhada e refinada, apesar de isso não interferir no aproveitamento da história. Gostei muito dos personagens da história principal. Todos eles são fáceis de empatizar e gostar (mesmo o irmão do Haruki, que consegue se redimir e se mostrar um pouco mais "gostável" mais para o fim da história), sendo que a autora os escreveu bem. Quase toda a história é do ponto de vista do Kouji, o que lhe dá uma ingenuidade. Entretanto, eu dispensava a inclusão daquela oneshot. Vou dar nota "8".

A tradução em inglês foi feita pelo Acme (que tem tantos projetos interessantes!!! Acho que vou reler mais alguns deles e comentar aqui). 

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Punch Up!

Quando eu fiz aquela série de postagens temáticas sobre gatos foi uma pena eu não ter lembrado de Punch Up!. Afinal, é o gatinho que faz com que o casal se conheça. Mais um trabalho da Kano Shiuko para comentar, que, aliás, foi a última coisa que eu consegui baixar do MangaTraders antes de ele entrar em crise.

Dizem que o certo a se fazer é começar lendo todas as prequels desse mangá, com Gaten na Aitsu e P.B.B., mas eu fiz o caminho inverso e li primeiro Mayou Otoku (que é um spin-off de Punch Up!). Na verdade, eu acho que não se perde nada, por que todos esses mangás são auto-suficientes. Só é legal ver como um personagem de uma história acaba aparecendo na outra, especialmente de formas tão diferentes (o protagonista de Mayou Otoku mudou um monte desde sua aparição em Punch Up!, por exemplo). Com isso explanado, vamos à história em si.

Motoharu é um arquiteto famoso e abertamente gay, cuja preferência é por caras mais jovens, bonitos e atléticos. Enquanto supervisiona uma obra que projetou (e baba nos rapazes atléticos que trabalham lá), ele encontras a sua gata que havia fugido, Shinobu. Agora, entretanto, ela foi adotada por Kouta, um rapaz que trabalha na obra também, que a rebatizou de Nyata e até perdeu o lugar em que morava em função da gata. Motoharu oferece para Kouta ficar com ele em seu apartamento enquanto procura outro lugar para morar. Kouta fica apavorado com a bagunça do apartamento e com pena de Shinobu/Nyata por morar com um dono assim. Motoharu também ajuda Kouta a terminar um relacionamento com um cara sacana e começa um relacionamento sexual com Kouta. E esse foi só o primeiro capítulo! 

Conforme as coisas se desenrolam, o ritmo da história fica mais agradável (ou, devo dizer, menos apressado). O Kouta é um grande tsundere e é domado de modo razoavelmente fácil. Achei interessante como ele não pareceu se importar muito com o ex do Motoharu (que é o Misono de Mayou Otoko e tem uma participação bem legal nessa história), mas ficou com ciúmes do Shinobu (de P.B.B., que trabalha na mesma obra que o Kouta) já que ele inspirou o Motoharu a batizar o gato. Outra coisa interessante nesse mangá é que eles levam a Nyata para uma "entrevista de casamento" para que ela tenha gatinhos antes de castrá-la (coincidentemente o dono do outro gato é o Misono). Basicamente, os dois vivem boa parte do tempo em função dos gatos (como deve ser)!

Outros enredos são introduzidos posteriormente, para dar profundidade aos personagens. Temos mais detalhes sobre a vida do Kouta, sendo que antes de trabalhar ele morava com sua irmã, que é transsexual, e se envolveu com o namorado dela, Yuya, que também tem uma participação importante na história. A irmã do Kouta é uma personagem interessante e preocupada com ele, apesar dos problemas que enfrentaram, e o Motoharu a tratou tão mal, acusando-a de ser promíscua e chamando-a de travesti/cross-dresser. Achei horrível esse momento. Se eu já não gostava do Motoharu antes, por só pensar em sexo 24h por dia e ser um babaca em vários momentos, depois dessa eu perdi a vontade de ler. Outra coisa que me incomodou foi a Kano Shiuko ter usado daquele artifício que os autores adoram: amnésia. Ela até utilizou-se bem desse enredo, mas já é uma temática tão clichê e cansativa que não há muito que se possa fazer.

  

Eu gostei em parte da leitura, mas houve alguns aspectos que me incomodaram (conforme eu expliquei anteriormente) e eu não fui muito fã dos personagens. Claro, o Kouta é um amor, mas o Motoharu é uma mala e, apesar de achar que eles funcionam como casal, não gostei muito das atitudes dele. A arte é muito bonita e fica progressivamente melhor ao longo dos volumes. Vou dar nota "8".

As traduções em inglês foram feitas pelo Fantasy Shrine e pelo Harudaki. Também foi licenciado e publicado em inglês pela SuBLime.