segunda-feira, 29 de abril de 2013

Behind the Mask

Essa vai ser uma postagem inusitada para mim. É sobre uma antologia de artistas ocidentais sobre super-heróis de histórias em quadrinhos norte-americanas (comics). Foi organizada pelo grupo Déjà-Blue Circle e reuniu vários artistas, conhecidos tanto no DeviantART quanto no tumblr por seus trabalhos de fanart com personagens da Marvel, da DC Comics e outras menos votadas. A lista de artistas, com seus respectivos sites, está logo aqui. Na verdade, quem comprou foi a minha irmã. Ela gostou tanto que me forçou a ler e eu curti também. Tirei umas fotos com o meu celular da antologia Behind the Mask e quis compartilhar minha humilde opinião.

Essa antologia é composta por quatorze ilustrações coloridas. Cara, preciso dizer: o papel é de uma qualidade ridiculamente boa. Isso permite que consigamos apreciar melhor as lindas ilustrações. Como é uma "antologia", temos muitas ilustradoras diferentes, casais diferentes e níveis de "eye-candy" diferentes. Todas as ilustrações enchem os olhos, de tão bonitas. A primeira delas, com o Batman e o Robin, é muito bonitinha e colorida, seguida por outra igualmente fofa com o Magneto e o Xavier. Depois temos duas ilustrações com o Superboy e o Robin (Tim Drake) e uma com o Robin (Dick Grayson) e o Kid Flash (Wally West). Tudo fofo e meigo, até vir uma ilustração linda, mas macabra do Nightwing (Dick Grayson). Sério, ela é estranhamente linda. Voltamos à programação normal, com mais Superboy e Robin, para depois termos uma pitada de Marvel com Thor e Loki. Batman e Superman (lindo!) são os próximos, com uma ilustração dos Jovens Vingadores logo depois (Wiccan e Hulkling) e com uma da Justiça Jovem em seguida (Superboy e Robin). Mais uma Thor e Loki, para termos um threesome com personagens de X-Men: First Class. A ilustração final, que é ridiculamente bonitinha, tem o Nightwing e o Robin (Damian Wayne) num momento adorável. 

Começam, então, as seis histórias. A primeira dela, sobre o Capitão América e o Homem de Ferro, é escrita por Pho3nix e ilustrada por Ariyasha. Ela trata sobre um tema muito popular entre as fangirls: a virgindade do capitão que acabou congelado. E tem o Tony Stark... Sendo o Tony Stark, ora. Em seguida, vem uma história curta e séria sobre o primeiro (Dick Grayson) e o segundo Robin (Jason Todd). A arte de Chyldea é bonita e dramática, combinando com a história que ela conta. Então, uma história de Minetonia, se passando, pelo visto, no cenário da Justiça Jovem, com o Robin (Dick Grayson) e o Kid Flash (Wally West). Gostei muito do estilo dessa autora, trazendo um cenário plausível e um momento bem interessante entre esses dois. Depois, há uma história sobre o Thor e o Loki, contada por Soltian. A arte é inusitada, mas muito bonita. O contraste na forma que ela desenhou os dois personagens é bem interessante. Vem aí, então, a autora favorita da minha irmã, o motivo pelo qual ela comprou essa antologia: Cris. Cris ilustrou uma história de Tsu, que se passa logo depois a saga da Cruzada das Crianças e, como tal, tem o Hulkling e o Wiccan. Adorei a participação do Speed no final. A penúltima história, por Rolic, é sobre os três primeiros Robins, Dick, Jason e Tim, e tem um final inesperadamente engraçado. E, por fim, uma história sobre o Batman e o primeiro Robin (Dick Grayson). Foi um ótimo encerramento para essa antologia, dando um gosto de "quero mais" no leitor.

  

O que posso dizer? Já combinei com a minha irmã de comprarmos o próximo lançamento desse círculo juntos. Será sobre séries de fantasia e estamos empolgados. Dessa forma, dou nota "10" para essa linda antologia.

É possível adquirir essa antologia com o Déjà Blue Circle, entrando em contato com eles através dessas instruções. Se quiserem ter uma amostra, visitem as artistas e autoras que estão em um link que coloquei no início desse post. Já digo: vale muito a pena!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Kuroko no Basket

Que vergonha de mim mesmo. Eu adoro mangás sobre esportes, mas o que me fez resolver baixar Kuroko no Basket foi a quantidade de doujinshi yaoi que tem por aí. Quando as fangirls começam a enlouquecer por alguma coisa, eu sempre resolvo dar uma olhada, porque costumam ser animes razoáveis. No caso, essa história de Fujimaki Tadatoshi é mais do que razoável.

Desde antes de começar a ler KuroBasu, eu já tinha elegido meus personagens favoritos, a partir dos doujinshis e dos comentários de um amigo que assistiu ao anime. Apesar de isso não ter mudado, acabei gostando de todos os personagens dessa história. Como é um mangá shounen, a premissa básica é o de sempre: competir, disputar, ficar mais forte, derrotar inimigos, etc. Kuroko no Basket não foge dos clichês básicos dos animes sobre esportes. E, como é o usual, tem um elenco enorme de personagens carismáticos. 

Na escola Teiko, havia um time de basquete muito forte, sendo conhecido por "Geração dos Milagres". Havia cinco jogadores fenomenais que possuem habilidades específicas dentro do basquete. Alguns rumores mencionavam que Teiko possuía um sexto membro fantasma. Quando foram para o ensino médio, cada um dos membros da "Geração dos Milagres" foi para outra escola diferente. Nisso, temos Kuroko Tetsuya. Apesar de ter sido parte desse grupo de jogadores incríveis, ele é baixo, fraco, praticamente invisível e não consegue executar os movimentos mais simples no basquete. Ao entrar no novo time de sua escola, logo seu talento é reconhecido pelos outros membros: consegue fazer passes sem ser notado, visto que sua "presença" é muito fraca. Kuroko faz uma promessa com Kagami Taiga, outro jogador que acaba de voltar dos Estados Unidos, de derrotarem juntos a Geração dos Milagres, sendo Kuroko a sombra de Kagami.

Aos poucos, é claro, somos apresentados aos outros membros da Geração dos Milagres e podemos ver partidas deles contra Kuroko e Kagami ou entre si. Também há vários outros personagens diferentes e muito fortes, que a escola Seirin, na qual os protagonistas estudam, deverão enfrentar nos torneios ou nas partidas amistosas. Acho que um ponto forte desse mangá (e do anime também) são as partidas de basquete: muito bem feitas, agitadas e deixam o leitor nervoso para saber o desfecho. Outro ponto legal desse mangá é conhecer os membros da Geração dos Milagres, ver as habilidades que eles têm e ver sua evolução ao longo da história. Não só Kuroko e Kagami melhoram suas técnicas, mas seus adversários ficam mais perigosos a cada partida. Um destaque especial para Kise Ryouta e Aomine Daiki, que acho que proporcionaram uma das melhores partidas do mangá. 

  

Um ponto que é listado como fraco muitas vezes é a arte. Eu discordo por dois motivos: a arte melhora ao longo dos capítulos e, mesmo que não seja tão bonita, as partidas de basquete são desenhadas muito bem. Muitas vezes essa história é comparada a Slam Dunk, outro mangá de basquete, mas acho que isso é bobagem. As histórias são muito diferentes uma da outra, sendo que o basquete é o único elemento em comum. Dessa forma, acho que Kuroko no Basket merece nota "9". 

Toneladas de grupos traduzem esse mangá para o inglês. Nem vou me prestar a listar todos, porque é muito fácil de encontrar tanto o anime quanto o mangá de Kuroko no Basket. Em português, também há vários grupos diferentes traduzindo esse mangá e os grupos "pularam" capítulos na tradução.

Meu Status: Eu li até o capítulo 126. Baixei até o capítulo 192.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Hana no Mizo Shiru

Eu só li esse mangá porque a tradutora da empresa que licenciou nos Estados Unidos fez um "mimimi" dos infernos contra os scanlators. No fim, apesar de ela ter tentado impedir, Hana no Mizo Shiru foi completamente traduzido para o inglês e é facilmente acessível. Como sempre acontece com essa autora, esse mangá foi considerado por alguns fãs "overrated" (ou seja, elogiado em excesso). Por isso, queria apresentar esse trabalho da Takarai Rihito aqui.

Arikawa Youichi é um estudante universitário do curso de Direito que vive uma vida tranquila. Ele tem amigos próximos, uma namorada adorável e prestígio acadêmico. Certo dia, então, ele conhece Misaki Shouta, que é estudante de Agricultura muito reservado. Por conhecer, quero dizer "esbarra em Misaki e faz com que ele derrube as coisas que estava carregando". A partir disso, ele não consegue tirar Misaki da cabeça. Para a sorte de Arikawa, ele acaba pegando um trabalho no mesmo laboratório de Misaki. Apesar de tudo parecer estar encaminhado para um final feliz, ainda há alguns percalços no caminho dos dois. Não só problemas externos, como um personagem chamado Satoshi, mas também internos. Os sentimentos dos próprios personagens às vezes são um empecilho para sua felicidade. 

Um ponto fascinante dessa história é o contraste que há entre os personagens principais. Enquanto Arikawa é um personagem despreocupado e impulsivo, que não demora a aceitar os próprios sentimentos, mesmo que não os entenda bem, Misaki é o oposto. Ele é retraído e já passou por algumas situações em sua vida que o magoaram. Dessa forma, lhe falta coragem para aceitar os próprios sentimentos. A história em si é bastante simples, mas os personagens que a compõem a tornam muito fascinante.

Além disso, temos a arte belíssima da Takarai Rihito. As ilustrações coloridas dela são de tirar o fôlego (uma das imagens abaixo foi meu papel de parede por muitos meses) e eu simplesmente amo o modo que ela desenha detalhes. Colares, flores, pequenos objetos no fundo de um cenário... Takarai Rihito valoriza cada detalhe na hora de compor uma cena, fazendo ilustrações complicadas e, ainda assim, limpas.

  

Eu sou do povo que adora Hana no Mizo Shiru. Acho que no quesito "romance", esse é um dos meus mangás favoritos. Arikawa também é um dos melhores personagens que eu já vi em um mangá yaoi. Por isso, estou dando nota "10" para esse mangá. Não acho que seja "overrated". A arte já vale muito a pena, tendo personagens interessantes para acompanhá-lo. O enredo, em si, que não é muito complexo. Mas quem disse que para algo ser bom precisa ser complicado?

Esse mangá foi traduzido para o inglês por uma série de grupos: Catandmouse, Alterity, SpicaSkies...  É possível comprar uma cópia digital pelo site da Digital Manga Guild. Também há muitos grupos que o traduziram para o espanhol, então não irei nem listar. Em português, é traduzido pelo Yaoi Home.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Oneshot: Youthful Love

Sim, eu vou continuar proclamando meu amor pela Junko! Dessa vez, vim comentar uma oneshot dela que foi traduzida não faz muito tempo. O nome que o tradutor deu foi Youthful Love e, apesar de possuir vários elementos clichê, eu adorei.

Só achei triste um dos protagonistas não receber um nome. Até o figurante recebeu um nome. Bem, vou chamá-lo de Kouhai. A combinação é que Itou, o namorado mais velho de Kouhai, sempre o encontre para tomar café da manhã juntos. Recentemente, Itou tem estado distante e muito atarefado, o que acaba preocupando muito seu namorado. Kouhai se sente inseguro, especialmente pela diferença de idade, o que o faz sempre ser visto e tratado como uma criança. Uma conversa com um colega, que adiciona mais caos à situação ao afirmar que o amor dos dois está terminado (devido ao comportamento distante de Itou), acaba perturbando mais ainda Kouhai, que começa a ficar mais e mais incomodado por Itou não responder as ligações e nem aparecer mais para tomarem café da manhã juntos.

Quando Murai, um colega de trabalho de Itou, atende o telefone dele por engano, a confusão está armada. Kouhai toma uma atitude precipitada e decide confrontar Itou, sendo que, por sua imaturidade, acaba dizendo várias coisas sem pensar. Itou decide que não quer mais falar com ele até que se acalme e, por sua vez, Kouhai acha que é Itou quem está errado, também passando a o ignorar. Nesse período distantes um do outro, começam a reavaliar seus sentimentos e pensar a relação que têm. 

Eu vou parar de contar agora, porque, afinal, essa história tem só 32 páginas. É incrível como a Junko, nesse número reduzido de páginas, conseguiu contar uma história adorável e envolvente. É fácil de se identificar com os personagens e de compreender seus sentimentos. Apesar de serem personagens de uma história tão curta, Itou e seu kouhai são surpreendentemente complexos. 

  

Eu amo a Junko até a morte, então eu sou suspeitíssimo para avaliar qualquer coisa escrita por ela. Ah, mas tem de se admitir: a arte dela fica melhor a cada trabalho. As últimas páginas dessa história contiveram o habitual "diálogo que derrete o coração do Faust", acompanhado por ilustrações maravilhosas e comoventes. É Junko. É nota "10". Ponto.

Essa história foi traduzida primeiramente para o espanhol pelo grupo Sentimiento Yaoi e, posteriormente, para o inglês pelo scanlator BakeNeko

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Play Zone

Mais um mangá da Ootsuki Miu! Eu sempre tenho a impressão de que vou amar as histórias dela (especialmente por todo o "hype" que há sobre ela nos sites americanos e castelhanos), mas isso nunca acontece... Resolvi ler Play Zone - Nikushoku Kareshi to Kaikan Tenshi sem esperar nada.

Acho que o que mais gostei nesse mangá foi a profissão inusitada dos protagonistas: os dois são DJs. O primeiro deles se chama Sato e é um DJ extremamente popular. Ele não se importa muito com nada ou com ninguém, mas isso muda quando conhece Mili, o DJ que o substitui em suas ausências. Mili se apresenta como um "admirador fiel" de Sato. O que Sato decide fazer a partir disso? Qual é a opção mais óbvia? Sim, claro. É um mangá yaoi. Arraste seu fã para o banheiro e estupre-o. Faz todo o sentido! Após esse primeiro capítulo, que achei horroroso, li o resto da história de má vontade.

Eu comentei disso na postagem sobre Leopard Hakusho, mas eu simplesmente detesto personagens verbalmente e fisicamente abusivos. A não ser que a história seja muito boa e tenhamos um personagem que percorre um longo percurso até a redenção, eu simplesmente odeio esse tipo de história. Não, abusar de uma pessoa não é uma forma diferente de expressar amor. É algo horrível de se fazer. O Mili também não ajuda muito, pois mesmo sendo feito de gato e sapato, continua admirando muito Sato. Esses dois personagens são o típico seme abusivo e o uke chorão e capacho dos mangás yaoi. Quando você acha que essa história não poderia ficar mais clichê, Mili começa a se questionar se Sato realmente se importa com ele e aparece uma rival.

Ok, eu só reclamo e reclamo. Essa história tem alguns pontos positivos, eu só desgostei demais do enredo para lembrar de ressaltá-los. Começando pelas profissões e cenários inusitados. O design dos personagens também é interessante. Eu gosto muito da arte da Ootsuki Miu, sobretudo do modo que ela desenhou os aparelhos de música.

  

Ouvi falar que há uma side story que encerra esse mangá, mas eu ainda não a li. Não sei se é boa ou não, mas acho que mesmo que fosse não salvaria essa história para mim. Eu realmente não gostei desse mangá. O final da história principal foi ridiculamente aleatório e simples para o meu gosto. Não curti mesmo. Como eu gosto da arte da autora e tem muito "eye-candy" nessa história, vou ser generoso e dar uma nota "5".

Esse mangá foi traduzido até o capítulo 4 para o inglês por um anônimo, sendo que é possível encontrá-lo em sites de mangás online. O scanlator novo Aion assumiu as traduções. Também pode-se encontrar em espanhol, traduzida pelo grupo Lilus Clarus Fujoshi Love

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Sekuhara Shiokinin

Esse foi um dos primeiros mangás yaoi que eu li, lá por 2006 ou 2007. Sekuhara Shiokinin não é o tipo de história a ser levada a sério e nem tenta ser. É um mangá cômico e muito, muito pervertido. Oumi Shinano parece ter escrito essa história despretensiosamente. 

Esse mangá é conhecido mais comumente pelo título que o tradutor americano lhe deu, Sexual Harassment Punisher. A autora no epílogo se desculpa por ter ficado confuso: é uma história sobre um cara que pune gente que comete assédio sexual. Só que ele usa assédio sexual também, aí que está a confusão. Em uma certa empresa, Mikuriya, há o boato que se deixar um bicho de pelúcia em certo lugar esse Justiceiro aparecerá para punir os abusadores. O misterioso Justiceiro nada mais é do que Sakakibara, o pacato e atrapalhado chefe de uma certa divisão. Ao longo da história, o mimado Mikuriya Mahito e o misterioso Yamane Iori se juntam a ele.

Se fosse mais longo, esse mangá teria caído no clichê do "inimigo da semana",  no qual vários mangás  episódicos caem. Como só tem quatro capítulo, no último temos uma avalanche de informações e um final muito apressado. A história é simplista e descompromissada, mas parece que a autora quis deixá-la séria e complexa só no final. Vi uma crítica por aí que dizia que esse mangá "não é sexy o suficiente ou engraçado o suficiente para ser bom em qualquer um desses gêneros". Infelizmente, tenho de concordar. Apesar de engraçado, não consegue ser um verdadeiro mangá cômico. E, mesmo sendo recheado por cenas eróticas, a arte antiquada acaba prejudicando-as. Eu acho que a arte da Oumi Shinano é até agradável, mas muito, muito fora de moda. 

  

De um modo geral, é um mangá que ajuda a passar um tempo. Uma história engraçada e quente que não vai incomodar muito o leitor típico de yaoi. Não dá para decidir ler esse mangá com grandes expectativas ou querendo uma história séria e profunda. Não foi feito com esse objetivo. Ainda assim, nota "6" por não ter conseguido atingir plenamente o que se propôs a fazer.

Quem traduziu para o inglês, há muitos anos, foi o Attractive Fascinante. Imagino que deve ser possível achá-lo em espanhol, mas não sei se alguém o traduziu para o português.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Doujinshi: Risou no Koibito e Taiyou to Tsuki no Ingaritsu

Dessa vez, queria apresentar um doujinshi original, publicado em dois volumes, escrito por Tennouji Mio. Cada volume é ridiculamente curto, com menos de vinte páginas. O primeiro deles se chama Risou no Koibito (chamado nos sites gringos de "An Ideal Lover") e é seguido por Taiyou to Tsuki no Ingaritsu

Basicamente, nessa história temos Tsukishiro, que quer descobrir se, na verdade, é gay. Ele há algum tempo vem pensando que não tem um interesse especial por mulheres, apesar de achá-las bonitas, e mal consegue lembrar as vezes que transou com uma mulher. Dessa forma, ele vai a um bar gay e lá encontra seu subordinado, Asahina. Quem já leu mangá yaoi já imagina onde isso vai acabar: Tsukishiro conta para Asahina sobre seus pensamentos e os dois acabam juntos na cama. Porque sim. Aliás, por que não? Isso é um mangá yaoi, ora bolas.

No segundo volume, Tsukishiro começa a ficar preocupado sobre o que, afinal, seu relacionamento com Asahina é e sobre seus hábitos sexuais. Por isso, ele volta ao bar gay para coletar informações dos outros frequentadores. Em seguida ele confronta Asahina sobre isso e tudo fica feliz. Fim.

Esse vai ser um mangá que não vai incomodar muito, mas também não vai mudar a vida de ninguém. A autora comentou que estava pensando em escrever uma sequência, sobre outros personagens. Acho que talvez seja mais interessante, porque muito da falta de sal (ou seria de pimenta?) dessa história se deve às personalidades dos protagonistas, que são rasas e ordinárias.

  

Essa história pode ser definida da seguinte forma: clichê em cima de clichê com uma arte bonita. E é isso. Não é ruim, mas também não é grande coisa. É um mangá yaoi genérico. Nota "5", talvez, então. 

Os dois volumes desse doujinshi foram traduzidos pelo Attractive Fascinante, para o inglês, há alguns anos. Não sei se é possível de encontrar em outros idiomas.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Blossom Period

Acho que o melhor termo que eu consigo pensar para descrever esse mangá é montanha-russa. Shimaji nos engana durante os primeiros capítulos de Blossom Period, fazendo com que os leitores acreditem que a história é uma coisa para depois nos apresentar algo bem diferente. Eu li esse mangá "meio naquelas" em japonês e estou muito feliz por haver um grupo brasileiro traduzindo-o!

Enfim, sobre o que é essa história? Abe é um aluno do colegial que acaba falando com Mitsuya, um colega seu muito quieto. Apesar de não estarem se falado há anos, os dois foram amigos durante algum tempo no ginasial. Abe não lembra muito desse período e resolve se reaproximar de Mitsuya, ficando feliz quando o outro é receptivo. Ele também acha que seu amigo pouco mudou desde o ginasial, mas aos poucos vai percebendo sutis mudanças. Abe também, eventualmente, lembra que se afastou de Mitsuya por ter ouvido alguns rumores sobre ele.

Nos primeiros capítulos, o desenvolvimento que o leitor prevê é: amigos se reencontram  reaproximação  amor  felizes para sempre. E é exatamente isso que o início da trama faz pensar. Aos poucos, porém, é possível notar que a situação de Mitsuya é muito, muito mais complicada do que parece e os sentimentos que os personagens têm um pelo o outro não são nada simples. Não quero revelar demais e estragar a surpresa, mas durante muito tempo é difícil de entender as motivações de Mitsuya. O que ele realmente quer. Na verdade, parece que o próprio personagem está confuso quanto a isso. 

Há um certo momento na trama que certos sites de resenha chamaram de "uma volta de 180º", "plot twist" e "ataque de yandere". É tudo nisso em uma cena só. Ainda assim, é uma cena muito triste e dramática, o que permite uma maior compreensão dos personagens.

  

Essa não é uma história levinha para se folhear rapidamente. Os diálogos são importantíssimos e o subentendido deve ser capturado pelo leitor, para que a história possa ser, de fato, apreciada. Eu realmente gostei muito desse mangá e da atmosfera que a Shimaji conseguiu traçar. A arte dela também é bastante agradável e limpa, sendo que a preferência por não usar retículas (sombreamentos em cinza) em algumas cenas contribui para o efeito dramático. Por isso, acho que uma nota "9" é bastante adequada para essa história.

Blossom Period está sendo traduzido para o português pelo grupo Addictive Pleasure. O trabalho deles é excelente e eu recomendo muito que deem uma olhada nessa série. 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Romance no Hakoniwa

Na primeira vez que vi uma imagem desse mangá, achei que se tratava de um doujinshi de Persona 4, porque o protagonista desse jogo é bem parecido com um dos rapazes da capa. Hoje, entretanto, eu estava fuçando o tumblr e vi algumas ilustrações dessa autora, Ito Natsuo. A arte dela é simplesmente belíssima e eu fui obrigado a ler Romance no Hakoniwa, o único mangá dela sendo traduzido para o inglês no momento.

É uma coleção de oneshots, sendo que só duas delas foram lançadas até o presente momento pelo grupo americano. Pelo que eu ouvi falar, as outras também são ótimas, o que só me deixa mais ansioso para ler.

Masataka Chiyo é o protagonista da primeira oneshot, um rapaz inteligente, mas com dificuldades de mostrar sua criatividade nos projetos exigidos por seu professor. Assim, ele tenta encontrar inspiração para desenhar e, para sua surpresa, seu colega de quarto irá ajudá-lo nisso. Apesar de dividir um quarto com Kunitachi Hiromi, eles pouco se falam, por terem rotinas opostas. Esse outro rapaz, ao contrário de Chiyo, é um poço de idéias e criatividade.

Já na segunda história, existe um designer de tapeçarias muito renomado e recluso, conhecido como "Professor". A casa na qual ele vive é vazia e pouco acolhedora, o que é em geral atribuído a personalidade do próprio Professor. A empresa responsável por produzir os designs do professor envia seu mais novo empregado, Inne, para lidar com ele. Assim, ele acaba descobrindo o curioso processo criativo do Professor.

As duas histórias são interessantes e têm uma atmosfera envolvente, mas o grande destaque nesse mangá é sua arte. Não consigo expressar em palavras o quanto a arte dessa autora é maravilhosa. Simplesmente sublime. As ilustrações coloridas dela são ainda mais de tirar o fôlego! 

  

Só pela a arte já vale a pena ler esse mangá. Eu repito: é simplesmente incrível. As outras histórias que ainda não foram traduzidas também parecem interessantes, mesmo que pareçam não se focarem em um clima de fantasia como as duas primeiras. Nota "9" para esse mangá.

A arte desse mangá, como eu repeti tantas vezes, é linda e extremamente detalhada. Por isso, scans de qualidade são necessárias para apreciar o trabalho dessa autora. O Echochi, que está traduzindo para o inglês, como de costume, fez um trabalho de altíssima qualidade com esse mangá. 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Oneshot: Lily Colored Lovers

Eu tenho não uma queda, mas um tombo por tudo feito pela Kojima Lalako. Por isso, devorei essa oneshot em minutos. Acho que essa história não entrou em nenhum dos volumes publicados dela e o título que o grupo americano deu em inglês foi Lily Colored Lovers.

O protagonista da história, Adachi, começa se descrevendo como uma pessoa inútil (saúde fraca e cheio de medos), mas esperançoso de que consiga mudar agora que está apaixonado por Yuusuke. Isso se deve a Yuusuke ter elogiado uma celebridade que admira, afirmando que parecia ser alguém maduro e confiável. Isso fez com que Adachi ficasse mais e mais desesperado por mudar seu jeito de ser para poder impressionar Yuusuke. Ele acaba ficando tão estressado que sua saúde deteriora e acaba desmaiando na frente de Yuusuke. Adachi acha que todos seus esforços foram por água abaixo...

Eu não tenho o que dizer dessa história, além de alguns ruídos inteligíveis e "fofa, adorável, lindinha". É tão, tão bonitinha. Eu queria que a autora fizesse mais capítulos sobre esses dois, apesar de reconhecer que a história está completa e perfeita desse jeito. Os dois personagens são completamente adoráveis, o que só combina mais com a arte muito bonitinha da Kojima Lalako! 

  

Não tenho mais o que dizer, só vou ficar me repetindo, reafirmando que essa história é bonitinha, lindinha, fofinha... É aquela dose de açúcar e fofura que você precisa depois de um dia estressante. Nota "10" por ter cumprido bem o seu objetivo, sendo adorável na medida certa!

Essa oneshot pode ser encontrada em inglês no tumblr, traduzida pelo scanlator Peek-a-Yaoi. Não foi traduzida para outros idiomas, até onde eu sei. 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Gakuen Babysitters

Gakuen Babysitters é a perfeita definição da palavra "adorável". Durante todos os capítulos traduzidos, quase quarenta até o momento, você tem uma sensação agradável e um sorriso bobo no rosto. Tokeino Hari acertou em cheio nesse mangá, conseguindo desenvolver uma história simples, mas muito bonitinha, com maestria.

A história começa de uma forma um tanto trágica: o protagonista e seu irmão mais novo ficam órfãos, pois seus pais faleceram em um acidente de avião. Uma senhora, que perdeu o filho e a nora no mesmo acidente, promete cuidar dos dois até ficarem adultos, dando a eles uma casa e a chance de estudarem em uma escola de elite, da qual ela é diretora. O único porém é que Kashima Ryuichi, o irmão mais velho, deverá trabalhar na creche da escola durante os períodos em que não está na aula. Dessa forma, Ryuichi se torna o único membro do "Clube de Babás" e cuida dos filhos dos professores da escola e de seu irmãozinho, Kotarou. O único outro funcionário da creche é Usaida Yoshihito, um cara preguiçoso, mas que, muitas vezes, acaba auxiliando os dois irmãos, mesmo que nem percebam isso. Outro protagonista da história é Kamitani Hayato, o irmão mais velho de uma das crianças na creche. Fica um destaque para a diretora da escola e seu secretário/mordomo, Saikawa, por terem momentos hilários.

Esse é o tipo de história que eu mais gosto: um slice of life (história sobre o cotidiano) semi-episódico. A cada capítulo esse mangá foi ficando mais fofo, se é que é possível. Logo no primeiro volume, achei a história sobre a filha da professora de teatro e a idéia de Ryuichi sobre as crianças encenarem uma peça muito lindinha. O que me preocupou foi a aparição de Inomata, uma estudante de honra da escola, e a possibilidade de Ryuichi vir a se tornar uma vítima de bullying. Felizmente, isso não ocorreu. Esse mangá é uma leitura leve, tranquila e muito feliz. Além disso, a arte da Tokeino Hari é muito fofinha e combina perfeitamente com a história!

  

Eu super-recomendo Gakuen Babysitters para qualquer um que esteja procurando um mangá tranquilo e divertido para ler. Não é uma leitura séria, mas é muito agradável. Nota "9" para Gakuen Babysitters! Se continuar evoluindo bem, como está, pode ser que eu mude para um dez.

Em inglês, esse mangá começou a ser traduzido pelo grupo Ashitaka x Taiyou, mas agora segue sendo traduzido, com bastante frequência, pelo grupo captainba. Em português, esse mangá está sendo traduzido em conjunto pelos grupos Otaku no Yume e Koisei Scans.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Dame BL

A ideia por trás dessa antologia é simplesmente brilhante. Ela reúne histórias para as quais, com certeza, um editor diria "nem pensar!" ("dame") quando a mangaka quisesse publicá-las. Por isso, é uma obra, muito, muito diversa em termos de temática. Além disso, justo por ser uma antologia, várias autoras estiveram envolvidas no projeto. Algumas escreveram histórias curtas que jamais seriam aprovadas por um editor, outras apenas apresentaram meia dúzia de ilustrações e uma proposta de história. Dessa forma, eu vou abordar nessa postagem apenas as oneshots. Não vou me aprofundar falando das colunas aqui, até porque o grupo que está traduzindo a antologia ainda não traduziu todas.

A primeira história é de autoria da Kumota Haruko, que também ilustrou a capa, e acho que é a minha favorita da antologia inteira. Senpai (sério, nem o nome nem o sobrenome dele apareceram nessa história!) está lavando o rosto no banheiro da casa de um colega de trabalho, após terem bebido muito em uma festa, quando se dá conta que o lugar é estranhamente familiar e tem um par de sapatos de salto igualmente familiares em uma prateleira. Ele, então, se dá conta que esse banheiro é igual ao da casa de Uraeri, a dona de um blog para fetichistas por pernas e pés que posta fotos de suas lindas pernas. Dessa forma, Senpai descobre que seu kouhai no trabalho, Machida, é Uraeri. Assim, um descobre o segredo do outro. Senpai fica sabendo que Machida tem um corpo muito feminino e mantém um blog com fotos de suas pernas. Por sua vez, Machida descobre o grande fetiche de seu senpai. Eu adorei essa história porque ela é ridiculamente inusitada. Não existem muitos trabalhos yaoi que lidem com fetiche (salvo os que falam sobre BDSM), quanto mais um fetiche específico desses. Além disso, essa história vale a pena não só pelo tema inusitado e pelo enredo bobinho e fofo, mas também pelo eye-candy. Kumota Haruko se superou nas cenas quentes!

Achei que ia ser difícil ter mais alguma coisa tão boa quanto essa nessa antologia, mas a segunda história, de Morozumi Sumitomo, também me encantou. Se passando em tempos primitivos, o chefe de uma tribo, Ikaru, que está sofrendo por não haver alimentos disponíveis, acaba acolhendo Shigi, um homem amaldiçoado, que ele encontra na beira do riacho. O que eu mais gostei é que os dois parecem não ter nada a ver a primeira vista, mas são, na verdade, muito similares. A história é inusitada pelo cenário. Não conheço muitos mangás que se passem na pré-história além desse e de Wild Rock, então é uma mudança de ares muito bem vinda. O final dessa história foi fantástico e comovente. Simplesmente adorei. 

  

Depois dessas toneladas de fofura, vem uma história séria e sombria escrita por est em. A história fala de kick-boxing e tem a atmosfera típica das histórias dessa autora. Fala de um campeão que foi obrigado a perder uma partida e agora está determinado a ganhar a próxima luta carregada de tensão sexual. Ou algo assim. Eu curto as histórias da est em, mas essa me deixou confuso. Depois de algumas colunas e ilustrações, vem a história de Umematsu Machie que é ridiculamente deprimente. Boa para caramba, mas deu aquele aperto no coração. Não foi a primeira história falando de velhinhos que são um casal há muitos anos, mas essa foi muito triste e poética. Após derramar algumas lágrimas, chega a história Locas! de Okayada Tetuzoh, que mostra um cenário com um bar gay e drag queens! A história é bem boba, mas muito engraçada: dois caras que se conhecem por correspondência resolvem se encontrar, mas no fim um deles acaba ficando com a pessoa errada.

A história da Chiba Ryouko me deixou decepcionado. A arte dela é linda, como sempre, mas a história sobre robôs foi bem, bem esquisita. Em suma, um cara briga com seu namorado e aluga um robô que é basicamente igual ao namorado. Os mangás dessa autora costumam ser bem clichê, então é legal vê-la tentando fazer algo inusitado, mesmo que não tenha dado muuuito certo. Depois de uma coluna um tanto bizarra (sobre o amor de um coveiro? e um cadáver), vem uma história igualmente bizarra, mas menos perturbadora. Escrita por Uno Jinia (de quem eu nunca ouvi falar), temos a história do amor de um cara por um ventilador. É. Nem sei o que comentar. Foi surpreendente. 

  

A próxima história, de Zin, é sobre um prisioneiro num campo de concentração e um nazista sádico. Não é o tipo de cenário que me atrai, então eu meio que passei por essa história correndo. Depois disso, tem algumas colunas que eu adoraria ver se transformando em oneshots ou mangás de verdade. Sobretudo a proposta de história da Psyche Delico, que é sobre o amor de um homem e de um homem transgênero (um homem que nasceu mulher e passou por uma transição para adequar seu corpo à sua identidade de gênero). Aí vem a história da Mochimeko, com uns yakuza esquisitos e um cara, herdeiro de um grupo rival, sendo sequestrado. 

A antologia se aproxima do fim, com a história de Rutta Ikumi, que fala sobre dois otakus apaixonados. Ok, na verdade, um deles tem um fetiche por coisas gorduchinhas e, consequentemente, está interessado em um amigo seu, que é bem rechonchudo. Eu não conhecia essa autora, mas a arte dela é tão bonita e a história foi tão adorável, que estarei atento para os próximos lançamentos dela. O final desse capítulo é hilário! A última história, então, é sobre ciclistas. Momoyama Naoko fala sobre dois ciclistas profissionais, as competições e tal. Eu achei essa história meio chata e o aspecto BL dela ficou em segundo plano, já que a autora focou nas nuances de ser um ciclista.

  

Dame BL deveria ser lido por qualquer pessoa que diga estar de saco cheio do gênero yaoi ou que yaoi é tudo igual. Todas essas histórias tem um quê de revolucionárias e trazem uma nova proposta. Por favor, editores, parem de recusá-las! Nota "9" pelo conjunto da obra, porque é uma antologia fantástica. Como o hazukashiikedo escreveu, a maior parte dessas histórias não "esquisita demais para publicação", apenas não tem os pontos "moe" que em geral as mangás yaoi têm. Essas histórias, por isso, fogem do padrão comum encontrado nos mangás yaoi.

O maravilhoso grupo acme está quase terminando de traduzir essa antologia para o inglês. Eles traduziram todas as oneshots e estão quase terminando as colunas.